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         Sigo trilhando o caminho, tentando me adaptar aos destinos imprevisíveis de minha vida. Confesso que nem sempre consigo este intento de pronto, devido à originalidade das opções que me aparecem. O interessante é que elas aparecem, como única opção. Ou seja, é pegar, ou pegar! Por mais absurdas que possam parecer.
         Quero reafirmar aqui, que as trilhas que sempre sonhei, ou não me foram oferecidas, ou, pela metade. Só para não passar vontade, suspeito eu. Pude provar, um pouco, de algumas, mas nunca com a intensidade que eu desejava, nunca com as aquelas oportunidades que mudam tudo.
         Talvez, possa eu me conformar, pensando que tudo concorreu para que chegasse aqui, exatamente neste momento, sentindo, precisamente, este turbilhão que estou sentindo. Tudo tão impactante, tão desafiador... Arriscado, também, claro. Mas, este é o meu normal. Não por opção. Mas, é verdade. O que mais tive que fazer foi correr riscos. Deixei de cabelo em pé, a maioria que, de longe, acompanhou minha história.
         Agora, que tenho absolutamente nada a perder, não poderia ser diferente. Ao contrário, agora mesmo, é que aposto todas as fichas. E, de novo, porque não há qualquer outra opção que se encaixe em meu voo lírico. Até existem outras entradas, mas que me levariam ao comum, onde jamais poderia sobreviver, correndo o risco de não ter o que escrever, a não ser a amargura de não ter ouvido a vastidão que canta no coração.
         Minha existência está totalmente voltada para o coletivo. Nada mais quero, exclusivamente, para mim. Ou melhor, o que gostaria, já sei que não terei... Então, para continuar em altura, precisei direcionar bem comum. Não que não o fizesse, caso tivesse sido atendido, aos pedidos que atravessaram todos, todos, todos os meus dias, desde que me entendi por gente. Enfim, ainda estou em processo de adaptação. Por vezes, ainda me pego em posicionamentos egoístas, ou melancólicos, pelas razões acima. Nada sublimei. Apenas, acomodei. Nem posso garantir que seja para sempre. De qualquer forma, o próprio exercício do ofício, já é irreversível. Mesmo que me embanane com minhas pulsações, não há como, na poesia, retroceder. Vivo, estou vivo, para escrever.
         A visão, a sensação de voo, absolutamente sideral, é magnífica. Por ela, redefinirei minha aquarela, quantas vezes forem necessárias.


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Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 13/10/2012
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