VOCÊ VIU SÓ?

Você viu só?

Eu não! Nem só, nem acompanhado!

Poxa! Mas você não viu mesmo?

Já disse! Não!

Que pena! Não sabe o que perdeu!

É mesmo? E o que era de tão interessante assim?

Mas você não viu mesmo, não?

Não! Caraca! Mas que chatice!

Poxa! Você não viu mesmo!

Claro que não vi! Não vi e nem quero ver!

Mas tenho certeza de que gostaria de ter visto!

E porque tem essa certeza?

Porque sei que gostaria de ter visto ora!

Pode ser. Mas eu não vi! E nem sei do que você está falando!

Olha... É mesmo uma pena que não tenha visto.

Caraca! Sabe que agora mesmo que acontecesse de novo não iria querer ver?

Mas por quê? Você iria gostar de ter visto. Pode apostar.

Não iria não! Não vi, não quero ver, e tenho raiva de quem viu!

Calma! Porque tanto stress? Quem sabe um dia aconteça de novo e você veja.

Se acontecer de novo não me chame para ver! Por favor!

Mas por quê? Tenho certeza de que vai gostar de ver!

Não vou gostar não! Pode ter certeza de vou mesmo é odiar!

Nossa! Como perder esta chance de ver lhe deixou frustrado!

Frustrado uma ova! Estou é p... da vida!

Eu também ficaria se não tivesse visto! Entendo você.

Estou p... da vida é com você, cara!

Comigo? Por quê? Só porque não viu? Não tenho culpa ora!

Nada disso!

Mas não precisa ficar com ciúmes... Da próxima vez eu chamo você!

Chega!

Tá bom cara! Fui! Tchau!

Antonio Jorge Rettenmaier, Cronista, Escritor e Palestrante. Esta crônica está em mais de noventa jornais impressos e eletrônicos no Brasil e exterior. Contatos, ajrs010@gmail.com