O REFLEXO NO ESPELHO DA VIDA

17 de Agosto de 2012

O REFLEXO NO ESPELHO DA VIDA

A televisão está aí mesmo para mostrar as nuances da vida. E nós estamos do lado de cá para assisti-la. Uns mais, outros menos. Uns discernidos e outros distraídos. Sendo que os primeiros sofrem mais do que os segundos, por certo. Tomar consciência do meio em que vivemos, além de ser um exercício muito pesado, é sofrer com consciência. Os segundos o fazem, também, mas inconscientemente. A diferença aí é que o corpo paga mas a mente não. Penso que, ao final, dá tudo no mesmo, quem sabe?

Espaçadamente assisto à uma ou outra edição do programa "A Fazenda", da Record. Mas o faço de modo didático (ou pedagógico, digamos). Há muito o que se captar daquilo que está ali sendo mostrado. Afinal de contas, as expressões humanas mostradas, nos remete para a cruel realidade do ser-humano.

É através do inconsciente que expressamos a nossa verdadeira essência comportamental. Porque são as reações mais espontâneas que podemos mostrar ao mundo, de forma real e natural, sem treino, ensaio, ou seja lá o que se possa armar ou preparar para se tentar iludir ao próximo, parecendo bonzinho, ou perfeito, em nossas ações.

Eu, como quase todo mundo, às vezes me arrepio com o que assisto numa dessas edições daquele programa. Mas tenho a convicção (e penso que todos a devem possuir, também) de que qualquer um de nós, naquelas oportunidades, mostrará, também, o seu lado autêntico, verdadeiro, sem disfarces. Porque ali, naquelas circunstâncias, sem que o percebamos, a câmera registra o que há de cruel e real em nossa natureza (que alguns podem chamar de índole). E é mostrado de forma simples, natural e verdadeira a todos. E ninguém escapa ou escapará dessa realidade, se todos passassem pelo mesmo processo de exposição. A única diferença, poderíamos atribuir aos excessos de cada um. Só.

Para nós, os telespectadores, esse processo fica mais fácil porque o que se passa ali pode nos servir como uma autêntica aula de vivência humana. Onde deveríamos extrair dali muitos ensinamentos sobre atos que praticamos, os quais deveríamos buscar modificá-los, para não incorrer na mesma falha a que todos se sujeitam no decorrer de suas vidas no cotidiano. Mas isso não acontece. Não conseguimos ver no outro o que somos, também. Com mais ou menos ações, uns que outros. Só, também.

E a vida segue. Já dizem que ela é uma escola. Só que, como em nossos tempos de aluno, vimos que existem os bons, razoáveis e maus. A nós cabe escolher qual o tipo de aluno seremos. O resto a vida se incumbe de nos proporcionar.

Aloisio Rocha de Almeida
Enviado por Aloisio Rocha de Almeida em 17/10/2012
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