Pais

Sinto informar, mas pais em geral possuem um leve defeito. Para quem pensa que é uma daquelas crises adolescentes em que se quer apontar todos os defeitos a eles, por uma simples negação de aumento na mesada, se enganam. Esse diferente de qualquer outro é um defeito espontâneo e hereditário. Bom, chega de delongas, vamos logo ao assunto. Pais, na maioria das vezes configuram seus compromissos como nossos compromissos e por consequência nos arrastam para os típicos eventos familiares de “tios” e “tias” que nunca vimos na vida. Para completar, ainda temos de aguentar um bando de pirralhos e pirralhas que por você possuir uma estatura mediana lhe envelhecem, chamando-o:

- “Tio”, empurra o balanço pra mim!

Recentemente, passei por um desses apuros. O telefone tocou, mas o nome de quem estava do outro lado da linha não me recordo agora, só sei que a conversa foi longa. Horas e horas de risadas por ambas as partes. Minha mãe, ao desligar sentiu aquela sensação de volta ao passado, em minha opinião, o tempo do “sem”. Sem internet, sem computador e sem celular.

Vim a descobrir dias depois, que a pessoa que ligara, era uma tia de quarto ou quinto grau, com a finalidade de nos convidar para uma festa em que comemoraria suas bodas de prata.

Para mim, meus pais poderiam ter me deixado em casa, jogando videogame, usando o computador, ou fazendo qualquer outra coisa que envolva ou não aquilo que eles chamam de “geringonça tecnológica”. Porém, para que fazer uma criança feliz? Porque deixar o meu bebê que ainda é tão pequeno sozinho em casa?

Pois bem, nada de contrarreações. Democracia, zero. E mesmo se fosse democraticamente ganhariam, pois eles são dois e eu apenas um.

Cheguei ao local torcendo o nariz. Não que fosse feio, mas ficava pensando o que estaria fazendo caso estivesse quietinho em casa?

Bom, creio que não há necessidade de comentar os detalhes desta tarde, mas fica a dica para os pais. Apesar de ser um vício e haver uma grande probabilidade de chances de que no futuro cometamos as mesmas atitudes, algumas vezes, convenhamos não faz mal a ninguém deixar o “aborrecente” em casa.

Vinícius Bernardes
Enviado por Vinícius Bernardes em 19/10/2012
Código do texto: T3941796
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