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         A obrigação que se disfarça de favor para humilhar, com seu tom de voz impositivo, típico dos adeptos do grito, há de acabar. Está com os dias contados. Esta novela de péssimo gosto, tipo b, mexicana, ridícula, vergonha do universo, entra na reta final. Obviamente, não deixará saudade. Apenas, aquela ardência no estômago, fruto da acidez de tanta estupidez... Justamente, da mão que se comprometeu a amparar, a dar carinho, herdei o mais venenoso e grosseiro espinho.
         Surpresa nenhuma. O vilão não muda, apenas piora. Fica mais cínico, mais teatral. Sabe que já perdeu o jogo. Agora existe só para negar, para desviar, para roubar, para torcer contra, para desejar o fracasso, a quem ainda está na área da lucidez. Perdeu, completamente, a audiência. Ninguém mais quer saber. Ninguém se importa. A crítica nunca levou em consideração, criatura tão infeliz.
         Distorção total de valores, tão grave, que não posso relatar aqui, por ser, como grande parte de minha vida: inverossímil. Claro, que isso não ficará assim. Minha resposta virá através do exercício, progressivamente esmerado, de meu ofício. Única razão de eu ainda estar vivo, passando por inconcebíveis humilhações, por me recusar a aderir ao lado negro da força. De fato, prefiro a morte.
         Por enquanto estou a salvo no colo quente da inspiração. Os mísseis da “suposta caridade” que me atiram, apenas, me deixam triste, pela injustiça, pela cegueira, pelo egoísmo, pela sacanagem hedionda... Mas, não me chegam aos pés. Estou blindado em lirismo.



O final em versos contundentes:

http://claudiopoetaitacare.blogspot.com.br/2012/10/a-caridade-tinta-aguada.html


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Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 22/10/2012
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