NOVA TORRE DE LONDRES
A NOVA TORRE DE lONDRES
Não essa de longa e trágica história, onde hoje se mantêm meia dúzia de corvos com estatuto oficial, conferido por sua magestade,numa boa tradição conservadora.
Não, não é essa que me desperta a pena, mas uma outra, hodierna, piramidal, que não celebra nenhum faraó, mas o capital do Qatar eleito divindade, saída do petróleo.
Qual torre de Babel esta torre deixa a dos Clérigos, lá em baixo, quero dizer, cá em baixo.
Londres era uma cidade baixinha. Talvez por isso precise de pontos altos.
Nós em Lisboa temos a Penha de França, São Pedro de Alcântara, Monsanto, enfim não estamos numa planície, e é tudo natural,tirando o Cristo Rei.
Essa febra das alturas que grassa no mundo desde Singapura, Tóquio, Emiratos, Nova Yorque e agora Londres já levou a um grande desastre.
Imaginem se aquilo tomba, ou se vem um Kamikaze com o fito de abater a proa aos ingleses, como aconteceu nas torres gémeas.
As pirâmides eram sólidas como os deuses egípcios, não havia Kamikazes e se houvesse esborrachavam o nariz e as pirâmides quedavam-se firmes.
Hoje a nossa arquitectura é mais frágil, não se quer com ela chegara Deus, mas desafiá-lo com subtis alfinetadas de arte e técnica.
A ânsia das alturas já levou Ícaro, a desafiar o Sol, esse deus da pré-história que o estatelou como sabemos. (bem feito)
As catedrais góticas não desafiavam Deus antes o veneravam.
Não sou contra as torres, não senhor mas respeito muito as Alturas e a Profundidade quando as alcanço.