No escurinho do cinema


 
Com essa onda de pernilongos a perturbar nossas noites, lembrei-me das pulgas que antigamente atazanavam nossas vidas. Felizmente há tempos elas desapareceram de circulação. Não sei e nem quero saber para onde foram... Elas estavam por toda parte, mesmo em casas e locais bem limpos. Pessoas de idade mais avançada devem se lembrar, de repente era aquela pinicada no braço ou no pé que nos deixava loucos. Quando conseguíamos capturar alguma, o prazer era dar uma unhada nela! Mas logo vinham outras... E o local preferido por essas danadinhas para seu lauto banquete era o cinema. Escondidas no carpete, mal começava o filme lá vinha o ataque! Interrompiam até o beijo de casais de namorados...

Em relação aos pernilongos, antigamente fechavam-se as janelas dos quartos lá pelas seis da tarde e alguém borrifava o ambiente com uma bomba de flit. Apesar do mau cheiro, era o jeito. Ou então, usava-se a ‘fumacinha’, também de odor bastante incomodativo.

Nos dias de hoje esses aparelhinhos de colocar na tomada não incomodam e em geral até resolvem. Mas agora a onda tem sido tão forte e os pernilongos tão agressivos que eles já não estão dando conta. Para ficar no computador ou assistir televisão sossegado, é necessário além de calçar meias, besuntar pernas e braços com repelente!

Mas na hora de dormir é que são elas, não basta se cobrir, as orelhas ficam de fora e lá vêm os zumbidos...

Por sorte, ultimamente eu ando meio surdinha e logo consigo pegar no sono.