osama obama  que drama!

Rosa Pena


Marcelo, filho do faxineiro do meu prédio, é um menino de dez anos muito inteligente. Adoro conversar com ele no eterno vai e vem da pressa.
Na quarta-feira de cinzas nos encontramos e perguntei pelo seu sumiço. Tinha ido passar as férias na casa de seus avós que moram num sítio no interior. Essa era só a primeira de suas novidades. Muito feliz contou que seu pai havia finalmente instalado TV por assinatura. 

Motivado pela minha cara curiosa, começou a me contar sobre um programa de arqueologia que havia assistido, onde acharam peças e fósseis de alguns milênios atrás. Maravilhado com tudo que viu, me indagou: 

—Será que daqui há cinco mil anos, alguém vai achar algum carrinho meu enterrado no quintal? Imagine só que vão pensar: 

— Nossa! Como as pessoas eram pequenas naquela época. Mais estranho, no entanto, será no sítio do vovô da onde eu acabei de chegar. Lá o lixo é jogado num buraco e depois queimado. Acho que irão falar que os povos antigos faziam ritos satânicos onde queimavam seus pertences.

A criatividade de Marcelo me fez pensar em algumas coisas. A primeira delas bastante séria. Muitas vezes ficam enterrados “tesouros” ou ‘lixos “dentro de nós, que podem ou não vir à tona. Quando desvendados, vem a surpresa! Não é assim que reformulamos conceitos? Isso justifica, pelo menos para mim, grandes decepções e adoráveis deslumbramentos!

As outras conclusões me fizeram rir. Entre elas é que daqui há cinco mil anos seremos julgados como um povinho de merda. Anõezinhos que queimaram não só os seus pertences. Queimaram  a camada que protegia o planeta do sol, num ritual mefistofélico chamado ambição, transformaram rios em lama quando cada gota de água é um diamente, tentaram colocar a cidade Luz nas trevas em nome de alguma fé!?. Morreram todos estorricados na ganância. Não estarão muito longe da verdade!

Será que a pedra era de lascar ou era goma de mascar de um supersuper poderoso homem de ferro, ancestral lá na casa do cacete do Obama, Osama...Tanto faz.


 
Rosa Pena
Enviado por Rosa Pena em 27/02/2007
Reeditado em 16/11/2015
Código do texto: T395924
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