FIDEL AINDA ESTÁ VIVO. VIVO?

“Fidel Castro ainda está vivo”, portanto ainda é um “vitorioso e está rindo dos seus desafetos”, é o que nos passa o noticiário oficial de Cuba, que o mostra debilitado numa foto segurando um jornal do dia.

Quem chega nesta idade já deveria estar se dedicando às suas plantas já que nenhum de nós será vencedor, neste sentido, pois todos morreremos, aliás, todos já nascemos perdedores já que a morte é certa.

Olhando-se pelo que quer dizer a manchete.

É como se o vivente ainda estivesse se vingando dos seus detratores com cada dia de vida que ainda insiste em ter.

Do outro lado são dezenas de milhares de pessoas, se não centenas de milhares, que aguardam este momento para poderem voltar a ver os seus parentes confinados.

Um homem.. ... só um homem, achar que pode dizer o que um povo pode ou não pode fazer, o que ele pode ou não ler, se ele pode ir ou não para fora do país, se pode ou não sonhar com viagens para aumentar a sua cultura, conhecer outros povos.

É muita arrogância um só homem se achar neste direito e matar todos aqueles que pensaram diferente.

Em outras situações eu sempre também achei curioso, como a procura dos carrascos nazistas quase setenta anos depois do ocorrido, o que lhes daria, no mínimo, oitenta anos.

O que fazer com um infeliz desse, caso fosse encontrado?

Qual castigo que poderia ser dado a estes, considerando o tanto mal que fizeram?

Matá-los, mas a morte é algo tão simples e até banal hoje em dia.

O que significa uma morte terrena perante crimes tão atrozes?

Será que uma simples morte terrena pode ser a justiça para tantos males cometidos por estes homens?

Não, com certeza não é.

Imaginemos Hitler, Stalin, só para citar os mais famosos, o que poderia ser a paga para tão atrozes genocidas? Uma prisão perpétua com cama, mesa e banho? Uma morte na cadeira elétrica?

Mas esta seria uma morte muito melhor do que a que tem muitos que sofrem anos após anos com doenças terminais.

A morte é uma pena razoável para quem matou tantas pessoas e causou tanto sofrimentos a povos inteiros?

Não, não é; não pode ser, pois morrer todos iremos, só que a vida continua.

Alexandre, “o grande” (grande?) conquistou tantos povos, através de tanta carnificina, só porque não tinha nenhum lar para voltar. Sem as guerras se sentia um inútil, uma nulidade. Só se sentia grande matando e conquistando.

Napoleão com aquele tamanhinho todo ( em torno de 1.60 m) será que não viu nas conquistas uma compensação para algum eventual complexo ou vaidade?

Fatídicos caminhos tomados por líderes que devem lhes terem trazidos encarnações em cima de encarnações atormentadas e cheias de sofrimentos, pois a culpa nos acompanha durante a nossa peregrinação.

Muitas das guerras foram fomentadas por lideres que não tinham paz íntima, sempre desconfiados na sua alma, por isto sempre avante em busca de conquistas e mais conquistas para fugir deste “buraco negro anímico”.

Muitas fortunas também se dão assim, a todo custo e sem ética nenhuma, para preencherem vazios que não se satisfazem nunca, assim como muitas vidas se perdem por estarem sempre insatisfeitas com as que levam.

A felicidade sempre está onde elas não estão e quando elas chegam lá parece que aquela já mudou de endereço.

Quantos crimes cometidos por íntimos inseguros que não se livram do ciúme, da desconfiança?

Nós somos movidos pelo que sentimos dentro de nós e nisto já soçobraram povos inteiros em mãos de dirigentes errados.

Cabem aqui os dizeres de Roselis Von Sass:

"Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de si mesmo' 
(www.graal.org.br)

E aqui na nossa eterna América Latina (na década de setenta alguns chamavam de América Latrina) lá estão países novamente namorando com ditadores cerceadores da livre imprensa, da livre informação. Será que nada aprenderam com os exemplos antigos?

Com relação aos ditadores não devemos esquecer que ao contrário do que nos fala a música, cedo ou tarde o povo vai querer a sua liberdade, muito mais do que circo e pão, e é nesta hora que um verdadeiro líder deveria saber fazer a transição.

Mas muitos se tornaram algozes da liberdade que foi o objetivo das suas lutas.

E sendo assim todos serão perdedores, seja com setenta, noventa ou cem anos, pois todos morrem e as estatuas são destruídas.

O tempo é inexorável e cedo ou tarde ficaremos cara a cara com a fragilidade de que somos possuídos, não nos damos conta quando jovens ou homens maduros, mas ela está ali desde a
nossa nascença e se mostrará um dia.

Qual o poder de um homem de oitenta e seis anos?

Eu diria que nenhum, se a sua vida não foi voltada para a felicidade das pessoas, de todas as pessoas, e não só daquelas que nos dizem amém.

As pessoas não querem pão somente, ou medicina de primeira, ou instrução de alto nível, se não podem ir e vir.

Nada substitui a liberdade.



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