A madrugada estava tranquila e o recepcionista esperava amanhecer para ir embora. Enquanto dava o último gole na xicara de café, a porta do elevador panorâmico abriu e uma mulher foi empurrada com força de dentro dele. Um homem saiu logo atrás e começou a chutá-la, chamando-a de vagabunda. O recepcionista olha a cena estarrecido e imediatamente os seguranças entram em ação e separam o casal. O homem irado, chama continua chamando a mulher de piranha, vagabunda e tenta passar pelos seguranças. Ela apenas chora. Impedido de continuar com a agressão, diz que trabalha num grande jornal e ameaça o recepcionista e os seguranças de demissão.
Após meia hora de bate - boca, o homem desiste e volta para o seu flat, dizendo para todos aproveitarem a última noite de trabalho, pois pela manhã, estariam na rua. O recepcionista serviu um chá para a mulher, que chorando, confessou que não era a primeira vez que isso acontecia. Um taxi foi chamado e ela seguiu para a casa de uma amiga, onde estaria em segurança. Logo depois o porteiro da garagem avisou que o homem havia saído de carro e a tranquilidade retornou ao turno.
No final do turno o recepcionista e os seguranças assistiram indignados o homem e a mulher entrarem pelo lobby do hotel juntos, abraçados, trocando beijos, como se nada tivesse acontecido. No caminho de volta para casa tentava entender o que leva uma mulher que apanha do homem que ama a achar que um simples pedido de desculpas e promessas que ele claramente não vai cumprir, tudo vai ser diferente? O amor cega realmente as pessoas?
O caso foi bastante comentado no hotel e depois esquecido. Um mês depois, o recepcionista compra um jornal de domingo, circulação nacional, e no caderno feminino se depara com um artigo do homem condenando a violência contra a mulher e incentivando a lei Maria da Penha. Irônico não?
Como diria o grande Nelson Rodrigues: " Nem todas as mulheres gostam de apanhar, só as normais."
Após meia hora de bate - boca, o homem desiste e volta para o seu flat, dizendo para todos aproveitarem a última noite de trabalho, pois pela manhã, estariam na rua. O recepcionista serviu um chá para a mulher, que chorando, confessou que não era a primeira vez que isso acontecia. Um taxi foi chamado e ela seguiu para a casa de uma amiga, onde estaria em segurança. Logo depois o porteiro da garagem avisou que o homem havia saído de carro e a tranquilidade retornou ao turno.
No final do turno o recepcionista e os seguranças assistiram indignados o homem e a mulher entrarem pelo lobby do hotel juntos, abraçados, trocando beijos, como se nada tivesse acontecido. No caminho de volta para casa tentava entender o que leva uma mulher que apanha do homem que ama a achar que um simples pedido de desculpas e promessas que ele claramente não vai cumprir, tudo vai ser diferente? O amor cega realmente as pessoas?
O caso foi bastante comentado no hotel e depois esquecido. Um mês depois, o recepcionista compra um jornal de domingo, circulação nacional, e no caderno feminino se depara com um artigo do homem condenando a violência contra a mulher e incentivando a lei Maria da Penha. Irônico não?
Como diria o grande Nelson Rodrigues: " Nem todas as mulheres gostam de apanhar, só as normais."