Esse texto não é um protesto, não é um lamento, muito menos um discurso, apenas palavras de indignação, impotentes, eu sei, mas é o que posso fazer. Motivos tenho muitos: mensalão, miséria, fome, trabalho escravo, enchentes, seca, violência, falta de saúde e educação. Enfim, escreveria um livro se fosse citar todos. O Brasil é o país das lamentações, imensas terras, onde, às vezes, sinto que estou  assistindo filmes de faroeste com John Wayne, que nas cidades as leis não existiam, as pessoas matavam para sobreviver. Assim parece estar o meu país.
               Vamos receber a Copa do mundo em 2014 e as Olimpiadas em 2016. Um luxo que normalmente cabe aos países do primeiro mundo, onde os impostos que o povo paga são convertidos em uma vida digna com saúde, educação, trabalho e segurança. Estamos cedendo a todos os caprichos da FIFA  e gastando bilhões para mostrarmos ao mundo que estamos podendo. Estamos? Se tivéssemos a ousadia de gastar com saúde, educação, segurança e trabalho o que estamos gastando para sediar a Copa do Mundo, não veríamos cenas como a foto dos alunos assistindo aula com guarda - chuva para não se molharem ou crianças sendo usadas para trabalho escravo ou a polícia matando a população no lugar de proteger. Se eu tivesse a chance de encontrar nossa Presidente, perguntaria a ela o que pretende fazer com os mendigos e as crianças na rua e até mesmo com os bandidos, durante a Copa do mundo. Matá-los?
               No meio de tudo isso uma luz aparece no fim do túnel: o STF  estar condenando os réus do mensalão. Se eles vão para a cadeia? Acho que não. Mas a condenação, num país onde as leis não funcionam, não deixa de ser um avanço. As leis brasileiras permitem que esses politicos corruptos usem o dinheiro público como querem, sem nenhuma punição e as perspectivas para isso mudar são mínimas, pois são eles mesmo que fazem ou mudam essas leis. Mudá-las seria como mandá-los para a cadeia.
               E pensar que somos nós que os colocamos no poder.
José Raimundo Marques
Enviado por José Raimundo Marques em 05/11/2012
Reeditado em 15/12/2012
Código do texto: T3969447
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