ESSE MEU CORAÇÃO SEM JUÍZO...

 

"Meu coração é mesmo sem juízo...
não sabe que eu preciso
deixar de gostar tanto assim.
Meu coração às vezes me entristece...
meu coração parece
que não gosta de mim."

Fragmento da música "Esse meu coração sem juízo" , de Nelson Ned

 
              
               Parei a vida por um instante... preciso auscultar o meu coração. Senti que o seu pulsar encontra-se fora do compasso e da realidade das coisas da vida. Ele pulsa débil, desencantado, desmotivado... batidas fúteis, incolores, inúteis...
         Ah, coração! Velho coração! O que é que há? Eu bem que te avisei: - Não vá se apaixonar! Por que tu não me escutaste? Por que te apaixonaste? Eu até te entendo... como resistir à força daquele olhar? Como ignorar a ternura mágica daquele sorriso? Mas... convenhamos, coração, que garantia tu tinhas? Não, velho amigo, não existe garantia alguma quando caminhamos trôpegos pela sinuosa estrada da paixão e do amor! Por que tu te deixaste seduzir? Sim... eu sei que tu estavas carente de um afago que aquecesse a solidão das tuas frias e aterradoras noites!
Mas... que tristeza, velho amigo! O afago veio - vestindo os trajes do mais belo e apaixonado amor -  e se fez luz na penumbra da tua carência e te fez conhecer o êxtase, a sublimidade, a ardência... ardência que não coube em ti e incendiou até mesmo a alma.
               Mas... depressa chegou a aurora e desfez a magia. E tu, coração, choraste... acariciando a cama vazia. E tu pulsaste descompassado sobre os resquícios do calor e do perfume que ainda ali havia.
               Ah, coração! Se tu tivesses me perguntado, eu teria dito que o amor entende muito de efemeridade e pouco de eternidade. Talvez, eterna seja a saudade!
               Hoje eu sei, companheiro, que tu procuras a resposta perfeita para a pergunta que não foi feita; sei que hoje o teu pulsar não passa de um espasmo de dor, mas... creia-me, coração, é melhor caminhar a esmo sobre as cinzas da saudade, do que jamais ter experimentado a beleza e a magia do amor!
               Sei que tu não queres palavras... tu anseias novamente por aquele olhar, aquele sorriso...
               Coração... velho coração! Por que deixaste que te roubassem o juízo?


 
Alexandre Brito - 05/11/2012 - 15:45
(*) Imagem: Google

 
Alexandre Brito
Enviado por Alexandre Brito em 05/11/2012
Reeditado em 05/11/2012
Código do texto: T3970116
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