Amor é coisa pouca.

Os dois túneis que cruzam a cidade atravessam também seu coração um ritmo irreparável, sem culpa e sem noção alguma do que se passa ali dentro.

E se um dia Jorge decidir se virar e botar na balança, todos esses partidos, com uma memória tão curta e todos os amigos que o apoiaram nessa cidade irá perceber que não faz diferença alguma.E qual seria o preço disso tudo: os devaneios, abraços, beijos e as horas depositadas em todas essas pequenas viagens?

E o único sabor em jogo nessa brincadeira toda.É paixão, a atração pela carne.A carne como um todo, a carne como um ritmo só interrupta e inválida.

Só isso.

E já acompanha esses movimentos apartidários, que desembocam nos rios, em cada esquina da cidade.

Mas isso também já é coisa pouca.E seu seu ritmo desnorteado, as precauções e suscetivos desapontamentos irreparáveis.

A história já não é a mesma, porque nunca foi criada, sua ética estapafúrdia diante das mulheres que prostradas à sua frente esperavam a criteriosa resposta, o doce embasamento, para alimentar de uma só vez aquele peito que sufocava.

As palavras presas na cachola, e os lábios nunca prostrados

Ed Lopess
Enviado por Ed Lopess em 07/11/2012
Código do texto: T3972768
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