TEMPO DE GABIROBAS

Calor de novembro,odores frutados andam pelo ar.
Festança de sanhaços,orgias de sabiás...
Novembro das gabirobas de minha infância,dos campos do Sul lavados de chuva .Águas refrescando frutos extremamente doces pendentes em cheirosas ramagens.
Férias de fim de ano,piazada fazendo incursões mata à dentro.Expectativas,ainda que muito singelas,de que o natal se aproximava.
Algazarras,euforias,algumas brigas e a cabeça viajando em ideais que o tempo encarregou-se em demonstrar quão ousados foram para que ele,o tempo, os transformasse em realidades.
Válidos,entretanto,pelo fato de serem acalentados em corações ingênuos ,em almas ungidas aos frutos de novembro.
Numa de minhas andanças,deparo-me com uma gabirobeira à beira do caminho.Repleta de frutos! Zumbidos na tarde quente quebram silêncios.
O silêncio de meus passos e a silenciosa pasmaceira da estradinha de chão.
Um filme passa em minha memória enquanto a fotografo.
Por um breve instante entrego-me ao menino de novembros longínquos.

07/12/2012. Faço no Facebook,uma postagem da mencionada foto e para minha surpresa,a repercussão é imediata e dezenas de amigos tecem comentários sobre a imagem estampada,revelando suas mais doces lembranças.
Dentre elas,um poema da escritora e poetisa Celêdian Assis,falando de suas reminiscências.
Ei-lo:

Diante disso só posso manifestar meus agradecimentos e dizer de minha alegria ao perceber que ,iguais à mim,eles também deixam-se conduzir pelos caminhos  adoçicados da lembrança neste “Tempo de Gabirobas”.