Saudades da chuva...

Saudades... Quem nunca sentiu? Palavra que nos remete a boas lembranças, momentos tristes e muitas vezes de felicidade. Lembranças constantes de abraços e beijos e a eminência sempre constante do calor humano. Mas será que alguém sente saudade da chuva?

Creio que se fizer uma enquete perguntando pras pessoas na rua, a maior parte das respostas será que não. Alguns até dirão que é uma pergunta totalmente sem sentido. Nesse ponto eu posso me dizer um alegre discordante. A chuva carrega um tom muito forte de poesia misturada com a formação de belas paisagens toda vez que surge. E por que digo isso? Calma, tem uma explicação (ou, ao menos uma tentativa disso).

Primeiramente, quando os meus olhos pairam a fitar a chuva a impressão é estar vendo o céu chorando. Lágrimas que começam a cair sobre a terra e o orvalho trazendo nutrientes e vida as plantas, rios e animais ao seu redor. Para nós, humanos, ressoa como um incômodo em seu princípio. Para a maioria é visto como algo tenebroso, principalmente pelas implicações que traz à vida de muitos. Uma questão a ser vista de forma mais ampla, afinal a atuação dos governos em não saber se apropriar das chuvas influencia em muito isso... Enfim, mantenhamos o foco.

Além de possuir essa carga das "lágrimas que brotam dos céus", a chuva também carrega consigo o poder para transformar vidas e criar novos cenários no meio da natureza. Até mesmo na chamada "selva de concreto", podemos observar tais cenários e acreditar em melhores horizontes.

Uma das cenas mais belas que já presenciei nas minhas andanças pela vida foi ter presenciado uma tremenda chuva caindo em plena Recife no carnaval. Uma bem forte com direito a deixar nossas camisas ensopadas, e, forçar a maioria das pessoas a procurar abrigos em toldos , shoppings, lojas... Mas, havia uma minoria que ficou debaixo da chuva. E começou a se banhar e dançar como se nada estivesse acontecendo naquele momento. Lógico, também estava debaixo da chuva e tentei dançar por alguns momentos. Em outros, parei para observar o movimento da dança, da alegria escrita nos rostos das pessoas a curtir o movimento. Os sorrisos que se passavam em meio aquelas paisagem cercada por poças d'água, continuadamente diziam a mim, "obrigado, chuva"! Um desses momentos, em que paramos pra dizer somente: "e nada mais reclamo".

Andarilho das Sombras

Rousseau e o Andarilho
Enviado por Rousseau e o Andarilho em 10/11/2012
Reeditado em 11/11/2012
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