PONTO DE CONFLUÊNCIA

PONTO DE CONFLUÊNCIA

(José Ribeiro de Oliveira)

Nas relações interpessoais existem inúmeras formas de manifestações que se estabelecem entre as pessoas, com temporalidade ocasional, superficial e vinculada a um interesse negocial, de trabalho, de afinidades pessoais e tantas outras razões que, mesmo por curto tempo, unem as pessoas. As amizades, por exemplo, são relações que se estabelecem por tempo indeterminado. As preferências por um clube de futebol duram conforme a tolerância do perdedor. As relações de vizinhança, enquanto um não estaciona o carro na frente da casa do outro ou exagera com o volume de som. Nas relações amorosas, os pontos de confluências não precisam existir. O que estabelece a relação de interesse no afeto é exatamente o oposto, estimulando a complementação, o preenchimento de vazios que encontram na qualidade do outro, uma conexão. Tratando-se de ingredientes admitido para complementar uma ansiedade, tais elementos passam a exercer um papel essencial na vida dos dois seres, como uma química necessária aos estímulos e ao fenômeno do prazer. As sensações e emoções necessitam de compartilhamento para gerarem satisfação. Conforme a intensidade como se desenvolvem essas relações, elas podem ser efêmeras ou marcantes. Num relacionamento duradouro, conforme o grau de envolvimento e de comprometimentos, a intensidade do convívio torna as diferenças um fator preponderante para alimentação dos pontos de confluência. Nesse estágio, desenvolvem-se as habilidades e há o afloramento da capacidade de tolerância e aceitação das diferenças, dando ensejo ao fortalecimento da relação, que transforma tudo isso em pontos de afinidade. Este é o momento crucial da relação, quando pode aparecer a sensação de dependência, de conditio sine qua non. Este estágio ultrapassou o âmbito da mera conveniência, do simples prazer. E havendo reciprocidade entre ambos, a relação solidifica e gera a unicidade e sintonia entre os pontos relevantes, conhecidos e identificados como necessários à manutenção da união. Esta evolução pode tornar o relacionamento uma verdadeira rocha impenetrável pelos estranhos, o que podemos dizer ser o estágio ideal. Para tanto, é essencial conhecer verdadeiramente um ao outro, fazer concessões e abdicar de tudo que não possa ser compartilhado com o outro. Quando isto ocorre, até parecidas ficam as pessoas, mesmo que fisionomicamente nada tenham a ver uma com a outra. Isto é o mais elevado estágio do AMOR.

Professor José Ribeiro de Oliveira
Enviado por Professor José Ribeiro de Oliveira em 11/11/2012
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