MARÇO 2007

Dia 2
Maktub

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Cadê ? Cadê o espaço dos comentários? Como rompeste assim com a inter_ação
autor/leitor?
Sabes que e por que estive ausente, sem comentar... e cá chego e cá não encontro
mais meu espacinho...snifff. Cá estou triste. A Ka está triste. Seja diário,
agenda, bloco de notas, maktub ou o que mais inventares, ok, mon chat, mais...il
faut nous délivrer!
»
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Querido, o que aconteceu para você sumir desse jeito? Ficou doente? Algum
problema sério? Por favor, entre em contato; estou preocupada com você... Que
Deus o abençoe!
Beijos.
»
Pela mão do autor «o outro em nós» tudo se interliga e reune e ir_rompe... A frase solta-se, a prosa nasce e

AMANDO

um verso faz-se
como a flor nasce
rimando a mando
Criação do Mundo!

Amigas/os, com as mensagens de hoje hoje escrevo, está o mês aberto!
F

Poesia imediata dos actos
Volto para acrescentar que a formatação, a forma que tomou a acção, é fruto do «copy past» copiar e passar... e também, como os versos, da Poesia imediata dos actos onde actuamos e somos agidos/agentes.
Abraços minha gente, Saudações Recantuais!!

Dia 3
ESPIRROS MEUS & AS ALMOFADAS

Acordei com uns grandes espirros, foram meus.
A coisa não está muito bem contada...
Acordei na cama, abri os olhos, devo ter-me mexido...
Dei dois grandes espirros, acabei de acordar.

Como acontece muitas vezes, pensei:
- Porque terei acordado?
(Já que ainda estou cheio de sono)

Como acontece muitas vezes pensei
no que estaria a pensar;
como acontece muitas vezes pensei:
- Nu, que estaria a pensar?...

Comecei a escrever e quase sem dar conta
passei dumas frases curtas para uns versos curtidos
com este(s) "assim como quem faz de conta
que a Poesia é escrever em versos"

- Então a Poesia não é escrever em versos?
- Olha, olha, acordei eu para isto? Vou é dormir
pelo menos mais um bocado, até passar
o diálogo tolo com as travesseiras travessas...

- Então desencosta-te e deita-te, deixas de fazer
tanto peso com as costas sobre nós!
- É o que dá falar com um sujeito que são
três almofadas que parecem mal humoradas!?

- O teu mal é sono e o nosso ter de pensar
por ti, para que tu penses o que estarás...
- O que estarei eu a pensar por vós, suas
grandes mal agradecidas a desprezarem...

- A desprezarem a possibilidade de servir
de encosto a um grande poeta!?
"Não se pode dar conversa às almofadas:
fadas mal fadadas, enfadadas, com voz!?..."

- Não faças de conta que não ouviste!?
"Ah, faço, faço de conta, não respondo!"
- Nós ouvimos-te a pensar, essa é boa!?...

"Vou desarrumá-las e arrumá-las: uma
vai para debaixo da cabeça, as outras
fiquem a pensar o que está a pensar o Ar!?"

(Onde se prova que uma almofada sozinha
nem se dá conta que pense, mas três
almofadas podem ser uma dor de cabeça!)

§

EFEITOS COLATERAIS

Fica combinado, de vez em quando..., publico um poema!
As fadas agradecem? Os fados ficaram felizes?
E... deixa-me calar, pode ouvir o Ar.?.

"Mas... Não estavas agora a pensar, publicar
no Recanto das Letras?"
(As almofadas também amuam, anote-se.!.)

Ontem fui ao teatro. Fico sempre assim,
com os chamados "efeitos colaterais"
- Cu? Laterais...

"Deixa-me cá 'amuar' eu, senão..."

§

SOBRE O ASSUNTO

Pois é, pois é!... Toda a gente que sabe ler, se não tiver nada que a impeça, pode escrever. Agora pergunto-nos: - Se uma pessoa pode escrever desde que saiba ler, porque é que escrever é uma arte ou pode ser? Porque uns escrevem melhor??
Pois é, pois é!... A arte, hoje, é uma moda! É uma... Cala-te boca!
Hoje como ontem, não basta ser melhor, não basta ser diferente... Sobre tudo!... Não é preciso ser melhor, nem é preciso ser diferente: é preciso ser visto de forma diferente. Ou seja, é verdade, é preciso ser diferente!
É nessa diferença que estou a trabalhar, escrevi "sobre o assunto".
A "grande diferença" continua a ser saber, quem nasceu com o rabinho virado para a Lua, quem foi bafejado pela Sorte?

Dia 8
Pelo Dia da Mulher…

fazer
desabrochar
flor

para
celebrar

melhor.!.mulher
Assim

Dia 11
tudo ou nada
Experimente escrever como se detivesse algum conhecimento sobre alguma coisa, poderá sempre pensar que sabe o que pensa e sente. Primeiro tem a ideia, virá de seguida o encontro com estas palavras que lê: o que quer dizer que não chega a ter a ideia... Poderá pensar vir a tê-la, por enquanto entretêm-se a ler. Faz muito bem, talvez queira saber o que penso: se tive essa ideia?
Tive a ideia, mas depois comecei a escrever e não foi para provar nada a não ser a experiência da escrita. Com a escrita, a ideia de deter qualquer conhecimento levou-me a escrever o que se segue: segue-se pois que terei de transcrever o que escrevi. Resumindo, do que me lembro, indo ao encontro do que penso: acho que não temos nenhum conhecimento melhor que 2 x 2 = 4.
Quando avaliamos os conhecimentos, sabemos perfeitamente como eles são diferentes da sabedoria, como a sabedoria é coisa rara e como um sábio "sabe que nada sabe" (mesmo se não sabe que a frase "só sei que nada sei"* estava escrita no pórtico do Parténon em Atenas, lembrando a necessidade da modéstia?) ou sabe muito pouco.
O parágrafo anterior poderia tê-lo transcrito, é o que vou pensar para dar o texto por completo e acabado: a verdade deixada exposta como uma hipótese. Sendo esta a tese, faz de conta..., tudo o que sabemos é por hipótese uma hipótese verdadeira até se provar o contrário. Facto que em nada me contraria, deste modo podemos saber tudo... ou nada.

* Já li isto em qualquer parte, também li ser a frase atribuída a Sócrates, mas como se lembrariam de matar Sócrates e relembrá-lo através duma sua frase posta em tão grande evidência?
Já há dois ou três dias pensei publicar o que então escrevi, foi no dia 8 para 9:
Três histórias, curta: 1, 2, 3.

1
Hobby, Boby ou Hobbit
Já lhe aconteceu ter acordado a meio da noite? Vira para o outro lado e dorme, aproveita e vai satisfazer uma necessidade que sinta, por exemplo, bebe água? Pode também acontecer ter por hobby a escrita, nesse caso, neste caso, como contar uma história a partir deste caso? É como se uma história lhe caísse no colo, pegasse no PC e nele começasse a relatar o acontecido. Isto ou algo parecido, pega-se no PC e chamo o sono: vou dormir !...?
Também pode acontecer aproveitar para perguntar, o que está a acontecer está a acontecer? A realidade pode ser a mais improvável de todas as situações. Por exemplo, alguém lhe disse que nasceu? O que nos acontece, a realidade, é algo que contamos a nós próprios, é fruto da nossa observação.
- Anda, Boby! Conto: agora és um cão inglês, abana o rabo! Ah, Boby, és um coelho?
Combinado, o leitor que decida se és cão ou co(e)lho... um grande... hobby! Um hobbit (Que diria a isto, disto, o Tolkien?)?
- Toca(...) a dormir!...
Quando me reformar de ser narrador, o que vou querer ser: reformado? Hobbit??
R

2
os inteligentes, os normais e os outros/ entretém inteligente

Inteligente sou eu e o leitor, os normais é quase toda a gente. Um inteligente é capaz do desdobramento de personalidade, entende esta realidade, perante um texto, é leitor. Dalgum modo percebe que o texto foi escrito para ele, reinventa-se a partir da realidade que cria: é inteligente.
Infelizmente o que há mais é normais, os outros então nem se fala, posso até partir do princípio que são uma abstracção: um abuso da natureza, um exagero. Os inteligentes são o inverso dos outros, o que nos torna iguais mas de sentido contrário: um abuso ao contrário!
Um inteligente olha para um texto destes e pensa "Este sou eu-mesmo!...", desenvolve o raciocínio "Se não for eu-mesmo, serei, seria, eu-outro?" Depois põe-se no meu lugar e diz "Este texto sou eu que o tenho que fazer!", finalmente, conclui-o da melhor maneira: "Ser autor é ser... outro?"
Um bom leitor é sempre inteligente, substitui o autor. Desse modo sabe que nada sobra dum texto se o mesmo não for... obra!* Como tal, até sabe que isto é o que isto é, mesmo se isto é o que eu quero que seja... “história curta”. Está feito/ um entretém inteligente!

* Como tal... requer um autor, um leitor inteligente.
R

3
o cão, o gato e a vizinha

Tenho uma vizinha que tem um cão e um gato, o cão no quintal, o gato em casa. Cão e gato dão-se como cão e gato, o que não deixa o cão entrar em casa e o gato não se atreve no quintal. A vizinha trata bem dos animais, eu gosto de tratar bem da vizinha.
Em dias como o de hoje, quando não há vento e não posso ir para a praia soltar o meu animal de estimação, uma pipa... um papagaio de papel, aproveito e escrevo histórias curtas ou vou curtir com a vizinha. É por aqui que volto ao cão e ao gato, estive a desenhá-los num papel.
Hoje a vizinha visitou-me, entrou e disse: - Olha o Tareco!? Olha o Rin-tin-tin!? Pronto, ganhei o dia!... Fim da história, vou curtir com a vizinha.
R

Dia 14
Este ano este dia 14 de Março é uma quarta-feira, há dois anos atrás foi uma segunda-feira, o ano passado este dia 14 foi uma terça, para o ano saltará para uma sexta-feira, pois, para o ano, teremos um ano bissexto! Quer isto dizer, perfaço hoje 52 + 52 = 104 semanas recantuais!
Já o mês passado escrevi um poema que era para celebrar o “dia do poeta” neste dia que, por mero acaso, coincide/coincidiu com a chegada ao Recanto... Graças à minha des_organização não sei dele, hei-de ver se encontro, já não será hoje!

Mural:
Celebrando dois anos de Recanto das Letras, venho deixar um abraço a todos e as melhores Saudações Recantuais!!

Celebremos:

DIA DO POETA

Dia do poeta... não será peta?
Dia do poeta é sua mãe parindo,
é um caro ou cara rindo,
é a Poesia florindo,
a Rosa abrindo
o aroma da flor a servir: meta(!)
Há-de acabar na morte,
mas poeta com sorte
... e_ter_n_idade não será treta.!.

Acabei de assistir à escrita:

VI(N)DE VIDEIRA

guardo palavras
como se nelas
teus seios

viessem cantar
maternais

versos pastoris
Assim

ENTREGUE(S)

a distância anulada
num todo
o

teu corpo e meu
nus

nós bivalves em concha
Assim

Dia 20
Venho actualizar...

domar a escrita
Gosto de histórias que sei que não duram mais que uma página ou duas, leio-as como se estivesse a acompanhar uma escrita que tivesse durado o tempo necessário para escrever as palavras que leio. O interesse dessa coincidência é, apenas uma coincidência: a ideia que tive, antes de ter outra. A outra, a próxima, parece-me mais próxima de ser a verdadeira explicação do fenómeno: gosto de começar e acabar a leitura começada.
Terceiro e último motivo, as histórias que escrevo, escrevo para as ler..., procuro nelas: eternidades. E, ter n idades..., obriga a uma atenção redobrada ao texto. Essa atenção, seria impossível se o texto fosse maior.
Saber se dou a atenção que o texto me pede? Em certa medida, essa é a verdadeira escrita do texto, quer dizer, a sua natureza profunda: semelhante à superfície do mar. Nela mergulho, para tentar domar a escrita!

história nenhuma em especial
Para escrever um romance basta, grosso modo, isto: uma situação, os seus personagens e desenvolver a acção em que se envolvem. Mesmo se a acção é mínima ou decorre exclusivamente de ideias, memórias, pensamentos, dum único personagem.
Este romance não chega a cansar, conta como se escreve um conto sem história nenhuma especial. O como dum romance que não chega a começar, ou se iguala ao começo da história, dita como sendo nenhuma em especial. Sendo o começo tão marcante ou mais que o final, escrevo para aproximar o meio do seu início e final, mediando a importância de um e outro: como um todo(!)
Da junção, do cruzamento, da intersecção, faço na narrativa uma secção propícia para coleccionar todas as evidências de que tenho conhecimento e aquelas que invento na hora. Um agora repleto de coincidências, as quais tento não coincidam de forma demasiado evidente, pois a Arte é a procura duma não-coincidência, a leitura futura...

Dia 24
«
24/03/2007 14h46 - Francisco Coimbra
Vou deixar em MARÇO 2007 um link, espero leias com proveito! Abç
»
Tendo como ponto de partida meu último comentário, vou completá-lo complementando com o link, a ligação:
http://www.interney.net/blogs/aomirante/2007/03/20/
quarto_videopost_almirantico/

Deixei o comentário a um autor que me era desconhecido, mas a atenção é como se fosse um chamamento à minha própria atenção.
Falta-me pôr em dia os últimos des_envolvimentos, publiquei:
personagem a(o) conto
http://www.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=419989, dia 20
repudio a (a)tracção...
http://www.recantodasletras.com.br/cartas/419995, dia 20
bons conselhos
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/422568,  dia 22
bilhete de suicida
http://www.recantodasletras.com.br/cartas/423526, dia 23
rio
http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/424287, hoje

Dia 30
No último dia do mês, o próximo já será o dia seguinte...
Regresso para dar continuidade a este Diário Recantual como "poema infinito"...
Escrevi a 20 e celebrei lendo/declamando no dia... 21:

VIVA ESTE DIA

1
olho-te no fundo dos olhos
onde a alma se guarda
no corpo do olhar
num encontro
feito ver

nu vislumbrar!

interrogo-me
porque sei declamar
versos que não guardei ainda
na memória e os quero
assim, como agora, ditos
na hora; como uma leitura
que começo aqui e agora
e continuo por aí fora...

indo ao encontro
do teu olhar no nosso olhar

2
o poema infinito
é o meu fito, com ele
te fito e olho, como me vês
agora a ler, como me lês...

e sei que não sou original
neste formular da fórmula
"poema infinito"

e se algo de original reclamo
é fazer reclame duma ideia
caricata, onde a caricatura
se descreve sem rasura:

já tem muitos anos
uma ideia que vou dizer
como sendo uma ideia
formal para o poema:
um rolo de papel
higiénico...

a separação entre as folhas
por conta dum ponteado
onde seria fácil identificar
continuidade/descontinuidade

a atenção ou desatenção
à conta de estar a escrever
ou já a ler e depois tresler

até passar dum poema a outro
saltando duma folha para outra
ou rasgando o papel, talvez
mesmo o poema nasça
duma ruptura física onde
escrevo/inscrevo, numero…

3
um número mágico
como os desejos tirados
duma garrafa cheia
dum fluído néctar vertido
e convertido em sensações
onde sou adivinho
dos poderes concedidos
por generoso vinho!

bebo, melhor dizendo,
brindo: por toda a família!
por cada elemento!
e não continuo até cair...

escolho um dia, o dia
de hoje, um dia
a celebrar!

ergo o copo, taça?,
bebo da garrafa,
não tenho pressa,
brindo ao Silêncio,
onde me assoo...

cai-me a tristeza vindo
como pingos do nariz,
lágrimas dos olhos,
deixo-me escorrer
pelas pernas abaixo...

enfim, até rasgar o poema
e dizer: Fim!

4
esta última estrofe
numa quadra quadrada
diz tudo e é só isto:
- Viva o Dia Mundial!... 

http://flabbergasted2.wordpress.com/2007/03/22/
ontem-foi-o-dia-da-poesia/#comments

Se seguirem este link regressam à celebração do Dia Mundial da Poesia; registo uma coincidência temática..., centrada em torno da celebração evocada.

No que seria... a Agenda Recantual, iria agendando leituras; hoje: 
http://luadeflavia.blogspot.com/
Ainda mais perto, onde nos leva Vida & Poesia: 
http://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/401305
Ou mais além... 
http://www.autordesconhecido.blogger.com.br/
Onde fui dar aqui: 
http://www.dgrh.unicamp.br/natal2004/natal_dgrh_2004.html
Francisco Coimbra
Enviado por Francisco Coimbra em 02/03/2007
Reeditado em 30/03/2007
Código do texto: T398512