FERIADOS E "FERIADÕES"
 

Pergunto-me por onde anda e o que pensa da Cultura Brasileira, Roberto da Mata. Grifo a expressão por reportar-me à disciplina do mesmo nome, (no curso de Letras) de que eram fontes de pesquisa as obras do citado antropólogo.

Entende-se por cultura toda e qualquer manifestação de vida de um povo. Não é disso especificamente que trato. Para não fugir do tema central, limito-me a esta definição a que se incluem os tradicionais feriados nacionais, pelo habitual  "jeitinho brasileiro" transformados em “feriadões”.

Seja por uma data religiosa ou cívica, poucos brasileiros sabem os significados dos feriados, para os quais raramente há comemorações. Feriado no Brasil é sinônimo de lazer, preguiça, alienação, ausência ao trabalho e prejuízo à Nação. Como se não bastassem os feriados oficiais, a “cultura brasileira” criou, no serviço público, o tal “ponto facultativo”, que nada faculta e sim, libera geral os servidores a emendá-los com os fins de semana. Com raras exceções, ninguém sabe ou vive essencialmente um feriado. Curte a inutilidade de um ou mais dias sem produção. E se esta ociosidade se restringe aos servidores públicos, torna-se um atentado aos direitos individuais e coletivos dos contribuintes que atuam no setor privado, mas custeiam para os servidores públicos os feriadões.

O Governo do Distrito Federal decretou ponto facultativo amanhã, sexta-feira, dia 16. A máquina administrativa fica parada de quinta a domingo. Beleza!... Mas o Governo Federal está fora dessa. Isto é coisa da cultura político-administrativa local, de governadores para o eleitorado.

Hoje são 15 de novembro. Pouquíssimos brasileiros, especialmente os estudantes dos ensinos básico e médio, sabem o porquê do feriado. Não sabem quem foi Marechal Deodoro da Fonseca, pensam que república é só uma hospedaria de estudantes, tampouco sabem o significado da palavra proclamação. Reclusos em cubículos virtuais, viciados em facebooks e celulares, esses babacas só entendem de “CAN”, namoro e sexo virtuais e fotos distribuídas pelas redes sociais. Salva-se a minoria estudiosa, pejorativamente denominada Nerd. Nem a estes ou aqueles eu culpo. Mas culpo e condeno os que estão por trás desta “cultura” educacional fajuta, que nada ensina, e sim, proclama a mediocridade literária e musical, mantendo   gerações à margem do que é genuíno, bom, necessário e melhor para a sua formação. O Brasil já não é um “País em chuteiras”. É falso esse patriotismo arrotado a bafo de cachaça e cerveja, com o hino nacional vilipendiado por quem nunca o soube cantar.

Mas são esses os que exigem do governo, criticam a política para dela se aproveitarem. E não estudam porque não querem ou porque sabem que pela cultura brasileira os caminhos do sucesso e ascensão ao poder são contrários. Leiam-se as biografias de Joaquim Barbosa e de Inácio Lula da Silva. Ambos de origens igualmente humildes. Um quis estudar, outro não. Um chegou ao topo da carreira por esforço e mérito. Outro chegou ao mais alto cargo do poder pela cultura eleitoral do povo.

 
 
Hoje o “Mais Você” não valeu pra ninguém, exceto pra quem idolatra a Ana Maria Brega e Burra, mal amada e recauchutada, aplaudindo um cantor que se diz sertanejo, cuja música, num irritante “Terê, terê, teretetê” é um insistente convite às baladas, uma apologia ao alcoolismo. É lamentável que o Leonardo, na idade em que está, com os anos de carreira que tem e as duas dolorosas experiências por que passou, não tenha aprendido a selecionar seu repertório de modo a contribuir para a formação do seu público. Não só ele, mas quase todos de gêneros afins. Dona Ivete Sangalo, estrela máxima da mídia, também faz comercial de cerveja, acompanhada por multidões. Onde está o verdadeiro papel do artista nesse meio?

A resposta se cala também na boca dos que nada sabem dos feriados, a não ser “Beber, cair, cair e levantar”. A violência em São Paulo e em todo o Brasil é produto dessa cultura. O crack é uma epidemia. O cigarro, uma terrível droga legalizada. O álcool também. Mas os feriadões estão aí pra isso, igualmente entranhados na cultura do povo, com uma geração de viciados que nada sabem do dia de hoje, pois “beberam todas”.
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Pra quem quiser, curtir>
http://www.youtube.com/watch?v=G9BimriRt2I
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LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 15/11/2012
Reeditado em 17/11/2012
Código do texto: T3987751
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