Na minha vez, não foi assim que eu fiz

Uma familia africana sequestrou uma família portuguesa e a colocou em seu barco, deu-lhe catres almofadados, sem nenhuma ameaça.

Antes das refeições e de se deitarem, em cultos diferenciados louvavam seus respectivos deuses, além de respeitarem seus cardápios.

Os negros andavam nus e descalços e os europeus a caráter; revezaram-se nos remos, trocando informações na forma de se localizarem no tempo e no espaço.

Não houve miscigenação, não houve olhares cúpidos; os trabalhos pesados e os frutos eram igualmente divididos

A mandioca se fez o prato dos dois, sem nunca ter sido o alimento básico nem do negro nem do luso, isto se fez um pouco confuso.

O fado e o kuduro em confraternizações das famílias, também se confraternizaram, sem nunca um ter tirado do outro a essência da sua cultura, o espírito mandava apenas dançar.

Quando a saudade bateu no peito quiseram voltar para os seus lares: o negro para sua casa, o luso agora sabendo como deveria redescobrir Portugal

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 16/11/2012
Reeditado em 16/11/2012
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