Flashes de Porto Seguro (1)

Já até me esqueci de quantas vezes fui a Porto Seguro e tinha até pensado que não voltaria mais.  Convidada por uma amiga, aceitei e passei uma semana restauradora e cheia de redescobertas nessa paragem maravilhosa do sul da Bahia.







 Achei minha Santa: a padroeira da cidade é Nossa Senhora da Pena. Apesar das inúmeras viagens à cidade, comprovando minha lerdeza, só desta vez atinei que a Padroeira da cidade é Nossa Senhora da Pena. Se já tinha ouvido falar desta denominação de Maria, a mãe de Jesus, tinha me esquecido completamente. Devo ter pensado que esta e N.S.da Penha fossem a mesma. Mas não, ela tem uma pena na mão direita e diz a Wikipédia (nada confiável) que é a protetora das Artes, das Ciências e das Letras, portanto a padroeira de todos nós, aqui do Recanto. Segundo a mesma fonte sua devoção vem desde o Renascimento quando escritores e pintores usavam Maria como fonte de inspiração. No entanto a origem desse nome é bem controversa. Tanto pode ser relacionado com pena (dó) como com peña em espanhol, cuja pronúncia é penha (Nossa Senhora da Penha). É celebrada no dia 8 de setembro, dia inesquecível porque é o dia do aniversário do meu saudoso irmão Tarcízio. Situada no centro histórico da cidade sua construção teve início em 1535. Evidentemente é cultuada também em Portugal onde tem um Santuário, na freguesia de Mouçós/Vila Real/ Trás –os-Montes. Ali acontece no segundo domingo de setembro uma romaria onde a principal atração são os andores, transportados nos ombros por mais de cem homens por causa do peso e do tamanho (Chegam a atingir vinte e dois metros de altura). A preparação leva praticamente um ano para uma única apresentação, mas como diz o poeta dos quatro nomes “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”.Acabei comprando uma bela imagem, presente para minha mãe.


Pegamos um táxi, eu, minha amiga Maria Ângela e as irmãs Castanheira, Dora e Berenice. Acho que só a MA não conhecia Porto Seguro, mas o passeio valeu para todas nós. Um momento inesquecível foi quando, no centro histórico da cidade, um trompetista saiu de sua casa, a pedido de uma Guia (nós estávamos infiltradas, mas aproveitamos cada momento) para que tocasse o seu instrumento. E assim pudemos ouvir aquele som mavioso reverberando em direção ao céu e levando com ele nossa emoção. Um momento de pura magia que a gente só encontra em lugares especiais, quando conseguimos uma ligação direta com o Criador. E ali eu vi Deus em vários pontos – na espiga de milho verde que comi, no mar distante, no marco do descobrimento, na Casa da Câmara e Cadeia onde hoje funciona um Museu e onde pude tocar as grossas grades que separavam os prisioneiros da rua, nas pequenas e coloridas casinhas coloniais, no burrico fazendo pose para as fotos.Foi o começo de nosso passeio naquele dia e valeu cada centavo gasto com o táxi.

( imagens Google)