O silêncio da caneta

Quando você está rezando, você fica iluminado e curando as feridas de sua alma. Um tributo ao homem iluminado e por Deus ele foi abençoado com revelações divinas.

Quem esquece Otaviano Rezende, aquele que após rezar o terço todos os dias na igreja, antes do início da missa vinha igreja afora cumprimentando, pegando nas mãos de todas as pessoas, um cristão diferenciado. Aquele espaço vazio na igreja será que por outro cristão será ocupado?

Se na igreja nós estamos chorando, imagine sua família. O poeta poetizou toda sua família e foi homenageado em vida, mas seu grande feito foi poetizar Ercira, uma serviçal adotada pela fazenda das barreiras. Daquelas serviçais que nunca precisou de salário, mas que em toda a região, não só na fazenda sabiam seu nome. E quando ele declamou aquela poesia homenageando Ercira eu vi pessoas em lagrimas.

Agora aquela caneta ali deitada numa mesa fria, chora de saudades de seu poeta maior que sempre lhe aquecia com seus dedos que nunca comeu o pão da preguiça. A cidade pode até erguer estátua, mas a sua falta sempre nos fará chorar. E os seus filhos agora seguindo por vários trilhos, num só estribilho dizem: muito obrigado papai! Nossas vidas também agora são poesias.