"Mês da Consciência Negra"!

Aproveitando a deixa do "Mês da Consciência Negra", quero plagiar um ícone do cinema mundial, Morgan Freeman, em entrevista cedida nos Estados Unidos, acerca do mesmo assunto:

- [Mike] “Mês da consciência negra”, o que acha disso?

- [Morgan Freeman] Ridículo!

- [Mike] Por quê!

- [Morgan Freeman] Você vai confinar toda a minha história a um único mês?

- [Mike] Ora, por favor...

- [Morgan Freeman] O que você faria com a sua história? Qual é o “Mês da consciência branca”?

- [Mike] Bem..., eu sou judeu...

- [Morgan Freeman] Ok! Qual é o “Mês da consciência judaica”?

- [Mike] Não existe...

- [Morgan Freeman] Oh, oh..., porque não existe? Você quer que exista um?

- [Mike] Não, não...

- [Morgan Freeman] Não? Tudo bem. Eu também não quero!

Eu não quero um “Mês da consciência negra”.

A história dos negros é a história da América!

- [Mike] E como vamos nos livrar do racismo?

- [Morgan Freeman] Parando de falar sobre isso!

Eu vou parar de chama-lo de homem branco...,

E o que eu lhe peço, é que pare de me chamar..., de negro!

Eu lhe conheço por Mike Wallace.

Você me conhece por Morgan Freeman.

A pensar sobre o assunto, vi certa razão nas palavras do entrevistado, apesar do fato da existência do racismo estabelecer um paralelo com as palavras relacionadas ao assunto em si.

O racismo é algo arraigado na sociedade como um todo e em alguns indivíduos isolados, que seja pela "elitização da raça ariana" ou apenas

para "manter as diferenças e os lugares de cada um", onde não basta apenas parar de falar, mesmo que o jargão: -"O que não é visto nem falado não é lebrado"!, seja verdadeiro, a história é uma cicatriz tao profunda, que apenas a simples questão avaliativa de um aluno, contendo fragmentos, trará à tona, toda a avalanche de questionamentos, simpatia ou aversão à causa e às pessoas.

Certo é, não há como acabar com o racismo, ele será evidente em todo tempo, seja negro, branco, amarelo, indígena, judeu, mussulmano ou ainda, de credos que conflitam com outros credos, ou seja, acaba por se tornar uma questão cultural, o receio da ciência de outros povos, culturas e costumes, quando devemos, como seres humanos e racionais, que imagino que todos sejam, analisar, contextualizar e criticar, sendo esta crítica, à um ato isolado e não a raça ou ao credo.

Penso, que estipular datas à determinadas ocasiões, acontecimentos e pessoas, que serviram de chacota, infâmias, maus tratos, são, pra mim, desnecessárias. A própria dor, repúdio e vontade de não lembrar, provoca a lembranaça, arraigada no meio de quem ainda sofre com isso. Há os que se gloriem nisto e veem nas comemorações, meios de se auto-afirmarem ou de se sentirem mais confiantes, que seja, mas ainda assim, são vaidades desnecessárias pois, nada mais é de, macerar algo para que este exale cheiro característico para que se possa dizer o que é, gerando discussões e mais discussões.

Portanto, penso que datas são sim, em sua essência, meios de se lembrar de algo que passou, bom ou ruim, porém, expô-las para que sejam reverenciadas ou repudiadas, cabe à quem achar que seja de direito, com consequências à parte para que o faz.

Vejo que o racismo pode sim, ficar adormecido sim, ser esquecido ou eliminado, jamais.