RACISMO - BURRA IGNORÂNCIA

Um ambiente multi-racial é sinônimo de diversidade não só de cores impressas em pele, olhos e cabelos, mas também de traços culturais. O reflexo faz-se evidente em aspectos os mais variados da vida social. Só para lembrar de passagem, podem ser mencionados a culinária, os sons e os ritmos diferenciados. No tocante ao idioma, ainda que com a predominância de um especificamente (o Português, no caso do Brasil), os sotaques e as inflexões diversificados terminam por moldar como que um dialeto com todas as peculiaridades de um modo específico de falar.
O Brasil é exemplo emblemático dos resultados positivos dessa mistura entre raças. Melhor dizendo, da interação entre grupos originários de matrizes étnicas diferentes. Aqui, diferentemente do que ocorreu, por exemplo, nos Estados Unidos, houve miscigenação, de modo que o povo, em sua maioria, tem características étnicas resultantes dessa multi-racialidade. Existem, claro, aqueles com ascendência racial única, dentre estes, negros e brancos. Entre os que se incluem nesta última categoria, verifica-se ausência de homogeneidade. Há os caucasianos, os descendentes de latinos, só para não ficarmos com desnecessárias delongas. E dentre os chamados brancos latinos, vale assinalar que os primeiros brancos a pisar em solo brasileiro com intuito de aqui se fixar, foram os portugueses, os quais, em expressivo contingente, em consequência do domínio dos mouros sobre a península ibérica, não eram lá dessas alvuras todas, não. E em aqui permanecendo, dedicaram-se com afinco incessante a outras empreitadas do que simplesmente a exploração das riquezas naturais deste hoje grande país. Fizeram, inicialmente das indígenas nativas e depois das negras, seu objeto de prazer carnal. Daí, começava a miscigenação. Ou a acentuação desta, já que, como referido antes, grande parte dos lusos carregava o sangue e o gene de africanos. Acrescente-se a beleza da mulher brasileira, que, mesmo entre as classificadas como brancas, possuem convexidades posteriores ( no dizer de Millor Fernandes) e protuberâncias torácicas, características, no geral, pouco generosas ou de todo ausentes em congêneres de outras ... latitudes. Não que as pouco supridas desses componentes deixem de ser belas e estejam ausentes das inspirações e expirações de poetas e cantores. Longe disso. Vai aqui apenas uma ... digressão.
Ora, quem foi trazido da África (involuntariamente, diga-se de passagem) não desembarcou trazendo apenas um forte teor de melanina
cobrindo a pele de ébano ou de um intenso marrom (é!, existem africanos de tom negro inconfundível, como há os de um preto puxando para o azul e aqueles cuja tez vai mais para o marrom mesmo) e o cabelo crespo, dentre outras características visuais. Trouxe e legou às gerações posteriores toda uma cultura ancestral, aqui entendido, o vocábulo substantivo, como usos, costumes, seus idiomas (vários), a alimentação, músicas e danças, e mais e mais e mais, enfim. Sobre culinária, é mito dizer que o prato nacional brasileiro - a hoje tão mundialmente apreciada feijoada, nasceu nas senzalas. Não, os portugueses já a trouxeram. Aqui, ganhou algumas nuances em termos de ingredientes e dela nos apossamos como prato inalienavelmente nosso.
Os nativos de pele acobreada e cabelos lisos, também ensinaram a utilidade gastronômica, bem como medicinal, de certos vegetais e pescados. E nos legaram um diferencial que torna o brasileiro um povo, mais do que outro qualquer, dotado de saudáveis hábitos de higiene corporal. Para ilustrar, há tribos, na Amazônia brasileira, onde a frequência de banhos chega à casa dos vinte por dia.
Samba, choro, forró, capoeira, frevo, cada um subdividido em nuances, resultam de que? Desse encontro pluri-racial. Deixo de citar a bossa-nova porque, mesmo tendo surgido no Rio de Janeiro, é enquadrada por experts como uma vertente (? - corrijam, se errei) do jazz, outro gênero originário de comunidades negras, no caso, dos Estados Unidos.
E há mais. Cientificamente, resta comprovado que quanto maior a mistura de raças em uma dada população, MAIOR A RESISTÊNCIA DESTA A ATAQUES DE AGENTES BIOLÓGICOS EXTERNOS. Explicitando, a imunidade frente a epidemias é superior entre populações resultantes de mistura racial. Ou seja, um branco caucasiano puro ou um negro não misturado, resistiria menos e por menor tempo a uma pandemia (epidemia que ultrapassa fronteiras de países, regiões ou continentes). É neste ponto que reside a base do título do presente texto: RACISMO - BURRA IGNORÂNCIA.
Fazendo a ressalva de que fui classificado, no Censo de 2010 (?) como branco, deixo para outro capítulo maiores considerações em torno do tema abordado.



* Existe a ignorância por mero desconhecimento. No caso da que aqui abordamos, é por obtusidade pura.

Alfredo Duarte de Alencar
Enviado por Alfredo Duarte de Alencar em 22/11/2012
Reeditado em 03/12/2012
Código do texto: T3999546
Classificação de conteúdo: seguro