Um Belo Sorriso

Como ainda não existe um regulamento específico para o pedestre, no que diz respeito à mão ou contramão, ocorreu-me que, na minha habitual caminhada, vem uma linda jovem no sentido contrário, e eu, automaticamente, passo para o lado direito. E ela, instintivamente, também vai para o mesmo lado. Corrijo-me, passando para o lado esquerdo, o que ela também o fez. Para não provocar uma tão doce abalroada, parei e deixei para ela a decisão de ir para um lado ou para outro. E ela, com um belo sorriso pelas nossas trapalhadas, foi para o lado direito. Continuei a caminhada, com a imagem na memória daquele sorriso espontâneo, que revelava uma doçura de pessoa. Naquela hora, a sensibilidade humana falou mais alto. Nada de pensamento poluído, apesar da lindeza de mulher. Prevaleceu ali o amor platônico. E, pela diferença de idade, acho até que um amor paterno. Eu a defenderia de qualquer atrevimento ousado de terceiros, que deixam prevalecer o instinto animal sem o devido controle racional ou emocional. Um sorriso cativante e muito respeitoso.