Sessão Nostalgia: fotonovelas
 
 
Coisas bobas que vêm assim, de repente, à cabeça: fotonovelas. Fui leitora apaixonada dos quadrinhos apaixonados. A gente tinha uma rede de troca entre amigas e fazíamos um giro constante por “Grande Hotel”,“Capricho” “Fascinação” “Sétimo Céu” e outras publicações que foram nosso céu num tempo em que a gente era verde e a vida era um mundo de amores e romantismo... E eu, romântica incorrigível, não mudei nada... Ainda sou.
 
Literatura marginal? Queria nem saber! As fotonovelas me seduziam: como esquecer os grandes e consagrados atores e atrizes fotonovelísticos italianos? Vilãs e vilões que me matavam de raiva... Eu sempre na torcida pelos pares românticos até chegar ao “Fim” escrito no cantinho direito do último quadrinho. Ainda bem que os autores tinham dó: castigavam os mauzinhos, sempre nos reservando um belo beijo, no correr das cortinas. Tudo em preto e branco, mas e daí? Quem é que ligava pra isso?
 
A lista dos meus fascínios se tornou inesquecível: Claudia Rivelli (lindos olhos claros, mesmo em preto e branco dava pra ver), Ornella Mutti, Franco Gasparri, Gianfranco de Angelis, Katiuscia, Paola Pitti, Luciano Franciolli, Bruno Minniti, Alex Damiani, Franco Dani (esse tinha um buraquinho no queixo), Massimo Ciavarro, Michela Roc (bela cabeleira loura que em preto e branco era branca, claro), Isabela Savona, Jean Mary Carletto, Adriana Rame, Kirk Morris e tantos outros mais...
 
Férias na casa das primas mais velhas? Tudo de bom! Tinham uma mala de couro com as preciosidades que eu adorava. Muitas e muitas noites queimando pestanas, agarrada aos quadrinhos importados da Itália. Imaginação a mil, meus ídolos me envolviam de forma devastadora em suas aventuras amorosas ou superperigosas, com espionagem e tudo!

Então... Foi toda essa saudade que me fez correr atrás de uma fotonovela, ontem à noite. Li e, deliciosamente, voltei no tempo. Sessão nostalgia das melhores! E juro! Tudo pode ser  novela, mas as teles não me convencem: não chegam nem aos pés das fotos... Por que será? Não sei, mas dentre outras coisas, debito na conta da magia das histórias de amor, que hoje em dia, já não são as mesmas...





Michela Roc e Jean Mary Carletto (Lucki Martin)
 
*imagens da Web