AS FASES DA VIDA: DO PRAZER AO DESPRAZER

Não vou fazer aqui uma análise dos meus anos, as coisas boas ou não que foram acontecendo ao longo da minha existência, mas apenas uma pincelada curiosa sobre nascer, crescer amadurecer, envelhecer e..., e neste processo, o acordar após momentos de inércia, ou de dor, ou refazer um percurso quando um bom momento passou e, por instinto de sobrevivência, não podemos viver da “glória” do passado. Aí, entra em cena a conversa que tive com a minha mais nova aquisição, na modalidade de ‘filha adotiva’. Aliás, ando somando um grupo razoável de três e aumentando. Ontem, após o término do musical “Jesus Sertanejo”, no STBNB, tivemos uma interessante conversa enquanto retornávamos para casa.

Pois bem, falávamos sobre idade, disposição, disponibilidade, realidade versos oportunidades, e que a vida não premia pessoas indecisas, sem iniciativa e, eis que ela me envia pelo whatsapp, que uma nova arma para falarmos mais pelo celular, gastando pouco; eu e meus filhos criamos o grupo “family”, e tem sido muito divertido. Quando entro pela manhã para falar com eles, geralmente, mando a seguinte mensagem: “bom dia família que me ama”, hoje, mandei diferente: “bom dia família que eu amo. Mas, retornando a minha filha adotiva, Lucy postou o seguinte:

“O que define uma mulher: Será que são as curvas do nosso corpo ou a suavidade de nossa pele? Ou a maneira como vemos a vida e nos “sentimos” em relação a ela? Nossa natureza é um mistério tão grande que, inclusive, já causamos guerras. Mas, a pergunta persiste, o que é que realmente define uma mulher? E o que importa a idade nessa definição? Em que idade realmente começamos a viver, a entendermos a nós mesmas? Suponho que várias seriam as respostas, e alguns diriam que a mulher começa aos 30, quando o mundo está para ser conquistado! Outras, sustentariam com veemência que é aos 40, quando já se tem experiência, a vida flui relaxada e não se leva tudo a sério. Porém, pouquíssimas responderiam que depois dos 50 também existe a possibilidade de re (começar) e, na verdade, sempre há tempo para começar. E, este pode ser o tempo mais maravilhoso do mundo”.

Puxa, para uma mente jovem e brilhante, este é um questionamento instigante e de uma lucidez que me faz pensar.

Diante de tantos textos escritos sobre o existir humano nas várias fases da vida, e, iniciando agora uma pesquisa com os idosos nas igrejas batistas do Grande Recife, pois estou vislumbrando a igreja do futuro, onde se tiver a oportunidade de continuar existindo, com certeza, não gostaria de me sentir invisível, como é invisível a existência dos idosos em família, na sociedade, na igreja. A pesquisa inclui atividades eclesiásticas, recreativas, dentre elas a dança de salão, etc.

Pois bem, declaro com veemência que há vida aos 50, 60, 70 anos, e etc. Há possibilidades de mudanças para melhor, e o contrário também é verdadeiro. As prioridades estão na postura que tomamos diante das crises. Quando se é jovem os projetos são de perspectiva de futuro, porque, a priori, a vida tem um grande espaço de tempo para se viver. Contudo, quando se está na “meia-idade”, os projetos vão sendo executados com uma urgência, e tudo tem uma perspectiva de “para ontem”. As prioridades mudam, há desprazer, mas há prazer e muito, em todas as direções. Todavia, para que o adolescente e jovem chega à idade adulta e a velhice com qualidade, precisa repensar seu existir neste momento, incluindo cuidar do próprio corpo.

A velhice trás consigo, as rugas, as gorduras, o corpo começa a perder as formas, as atividades não tem mais a mesma agilidade. Acreditem, sei o que causou cada ruga no meu rosto e etc. Mas, não há nada mais democrático do que a cirurgia plástica: levanta os caídos, liberta os oprimidos e dá volume ao que não tem nenhum vigor. Claro, ela atinge as várias partes do corpo.

Não posso falar pelos outros, mas posso falar por mim. Existe vida aos 50, e esta é a fase mais produtiva da minha existência, e uma mente aberta o suficiente para transitar entre as diferentes idades, e aproveitar o máximo possível dessa experiência.