Uma Junta De Boi

Quando criança, tínhamos um carro em nossa casa.

Este, era dirigido por uma junta de bois.

O combustível, era capim.

Os bois eram guiados por um homem, que andava na frente do carro.

E ele, com uma vara de candear , direcionava os bois.

O carro era lento, e o único barulho vinha das rodas e da fala do homem que guiava os bois.

Em cima do carro, nós riamos de felicidade...

Era gostoso andar em um carro aberto, e ainda ter a oportunidade de apreciar a natureza.

Com o avanço da tecnologia, o carro de boi foi trocado por caminhão.

O candeeiro se colocou no lugar dos bois, e passou a usar um volante.

O combustível mudou...

Já não era mais o capim.

Os bois se sentiram libertos, mas por pouco tempo...

Já não serviam para mais nada.

E estes, foram mandados para os matadouros.

Após nos proporcionarem tamanho prazer, foram transformados nas carnes que passamos a comer.

Tudo parecia estar ficando melhor...

A tecnologia foi chegando de mansinho, e começaram a chegar os ônibus...

O ônibus era mais confortável que o caminhão.

Os carros foram chegando também...

E todos nós, começamos a sonhar em ter um carro.

Mas uma coisa era sonhar, e a outra é conseguir ter o carro.

O tão sonhado carro, por ser de maior potência, era bem mais caro que o carro de bois.

Corria mais, e poderia nos levar com maior velocidade nos lugares mais distantes.

Mas foram longos anos de sonhos...

Tinha que se trabalhar muito para conseguir comprar um carro.

Enfim, todos conseguimos comprar o tão sonhado carro.

O meu, não era uma brasília amarela... Mas era um fusca amarelo.

Minha mente, girava junto com o volante do fusca... Rsrs.

O combustível acabou...

E eu voltei a sentir saudade dos carros que eram guiados pelos bois.

Voltei a sentir saudade do barulhinho das rodas dos carros, e das varas feitas de candeia.

Saudade dos bois que nos momentos que não estavam trabalhando, andavam livres pelos pastos.

E assim é a vida...

Gira, como todas as rodas giram.

Por caminhos de idas e voltas !

Maria Lamanna

Rio Preto_MG

Maria Lamanna
Enviado por Maria Lamanna em 07/12/2012
Reeditado em 09/06/2014
Código do texto: T4025075
Classificação de conteúdo: seguro