No interior do Amapá, uma advogada resolveu se separar de seu marido processando-o e pedindo uma indenização de 200 mil reais, por uma questão até agora sui generis nos ambientes forenses. Ela processou o homem por "insignificância peniana”. Namoraram durante dois anos e tal e quando a jovem o cutucava ele se esquivava alegando motivos de religião. “Se tivesse visto o tamanho do problema, não teria casado”, argumenta, alegando ter sido enganada.
         Ca..., digo, caramba! E o marido (que de imediato recebeu o apelido de Toninho Anaconda) resolveu processar também a jovem esposa alegando graves prejuízos morais e expondo de vez ao público a intimidade do pouco tempo de vida conjugal. Quanto a não utilização de seus parcos dotes, mas línguas, chegaram  a insinuar: “se o gato não come a salsicha, ou o gato não é gato ou a salsicha não é salsicha!” Que gente ruim, credo! Que despautério!
         A jovem esposa advogada microtraída baseou seu pedido de invalidação do casamento nos artigos 1548 a 1564 do Código Civil. Mas  isso pode ser considerado incongruente, pois o certo seria pedir o divórcio alegando incompatibilidade e coisa e tal, considerando que um micro pênis é um fato e não um ato do homem. O processo ainda vai parar na decisão salomônica sábia e segura do Dr. Barbosa, lá no Supremo.
         É tido como certo que não cabe nesse caso o chamado erro essencial (defeito físico irremediável ou moléstia crônica), pois pênis pequeno não é moléstia. Tá mais para modéstia... Entendendo até a posição adotada então pelo noivo, ditada por sua religião, penso que  noiva faz por  merecer um sutil puxão de orelhas por ter, sem apalpar, permitido a coisa chegar a tal ponto.
         E aí o inverso do caso... Aquele noivinho, cheio de malícia, que vinha importunando a noivinha e ela se defendia, alegando o mesmo motivo religioso, tão logo ficou sabendo do caso, engraxou as botinas, caprichou no perfume, foi de encontro à noiva, que também já estava sabendo do caso do Amapá, empertigou-se todo na indumentária e lhe disse: “Viu só, bem? Viu, só?”
         A noivinha viu e sorriu de olhos satisfeitos.