Não foi gol

Joelho ralado, dedão sem unha, juiz sem testemunha, tão falho gramado. O grito de gol, só comemorado pelo time, mas fez tempo de festa, para quem ganha a pelada.

Sem camisas e com camisas, às vezes mudam de lado, comemorar um gol para cada time, com ou sem camisa, ali não era pecado.

Na rifa do bar, ganhou um ingresso, com o Sr Valdemar, faria do sonho um sucesso e iria a um jogo oficial.

Contrariando o Chico (Buarque) com seu trapo mais bonito, lá foi ele para o estádio, e eu acredito, pelas mãos do Valdemar, sua vida ganhava um novo estágio.

Seu time do coração, fez da bola um balão, e o chip nela cravado, registrou m gol tão driblado, que o menino de joelho ralado, de alegria não conseguiu deixar de chorar.

Mas alegria até ali foi pouco, para quem sonhava feito um louco, em ter uma bola com chip e com ela seus gols marcar. Ao final do jogo, sorteio ali era sem logro, e o menino com o dedão sem unha, a bola com chip da partida ganhou.

A todos o tamanho do campo contou, onde o verde mais verde brotou, e que seu artilheiro aquele gol foi quem marcou.

E na hora da pelada, a bola com chip não rolou, o menino, a segurava sob o braço, não permitindo que aquele chão esburacado, sob um azul vulgar, fosse riscar seu troféu, uma bola com chip, um laurel.

Os demais meninos, também de joelhos ralados continuaram a pelada, com uma bola de meia, a bola com chip se manteve sob o braço do menino que fora premiado, que nunca mais bola jogou, pois a redonda que ganhara, era muito maior que as balizas que delimitavam seu gol.

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 16/12/2012
Reeditado em 16/12/2012
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