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21/12/2012 ( Ou o  Fim do Mundo)
 
“O mundo vai acabar no dia 21!”. Falaram, mas não acreditei. Tinha até hora marcada, e eu ignorei. Não foi por falta de aviso. A TV falou, os jornais alardearam, Mas eu não cri, eu ri! Ri do medo alheio, das preocupações infundadas. Considerei doidice.

Vi um programa mostrando um cara que construiu um lugar pra se esconder do Fim do Mundo. Não é o fim do mundo, isso? Mas tinha gente que era assim: encasquetava e pronto. Só restava respeitar. Soube de certo lugar que ia ficar pra semente. Descobriram que lá o Fim do Mundo não chegaria, ou demoraria mais, sei lá...
 
Existiam uns mais céticos. Chamaram gente especializada em Maias, pra explicar o mal entendido. Tudo questão de interpretação, esse problema de ler e achar alguma coisa (teoria do “Achismo”). Daí saíam falando o que achavam e todo mundo ia bagunçando a ideia até ela virar outra. Existiam uns mais tranquilos. Malditos tranquilos! Eles me tranquilizaram...
 
Então o 21 chegou. E na hora “H” o Mundo acabou. Houve um escurecimento como se fosse um fenômeno chamado Noite (como li numa página de certo Marcelo Braga). Lá era brincadeira, mas na vida real não foi. O escurecimento veio com trombas d’água gigantescas, rugidos apavorantes. Os céus se misturaram com a Terra, num casamento apocalíptico dos mais aterrorizantes...
 
O Mundo acabou mesmo! Eu que não cri, agora creio!  E ainda não sei onde estou. Mas gostaria muito de estar naquela fortaleza que o homem construiu pra se proteger, ou no lugar que ia ficar pra semente... Será que eles sobreviveram? Como é que faço pra saber?


                                              ( Perdidinha da Silva, em busca de algum contato com o que possa ter restado do Mundo.)