BOM PRINCÍPIO DE ANO NOVO

A origem do costume se perdeu no tempo, pois não há registro confiável de quando começou a brincadeira.

Logo cedo, no primeiro dia do ano, um grupo de quatro ou seis meninos (cujas idades aparentes não chegavam aos 10 anos) passou pela minha rua, tocando as campanhinhas das casas.

Quando alguém atendia, o mais afoito deles perguntava:

- Tem princípio de ano novo?

As respostas que recebiam era o invariável, NÃO!

E eles seguiam para a próxima casa.

Empoleirado na varanda do primeiro andar, eu acompanhei a movimentação e a algazarra que faziam e, por total desconhecimento, julguei ser mais um bando de pedintes profissionais, viciados desde a mais tenra infância na perniciosa arte da vagabundagem.

Essa brincadeira, que talvez tenha a mesma origem celta do dia das bruxas, não existe em Pernambuco e, por não conhecê-la, me deixei levar pela aparência e a enquadrar aqueles “heróis da resistência do folclore brasileiro” no julgamento preconceituoso sobre mendicância.

Espero que no próximo primeiro de janeiro a cena se repita para eu também poder participar.