QUERO SER PEQUENO

Quem foi adolescente nos anos 80 sabe do que vou falar... Bem, em outras crônicas falo sobre o tempo porque é um assunto que me impressiona e me fascina. Uns falam da morte, outros falam sobre a cidade, outros ainda observam as riquezas diárias nas ações e gestos mais banais. Eu prefiro falar sobre o tempo. O tempo que nos devora e nos surpreende e nos diverte e nos persegue. Sempre.

Eu disse que quem viveu os anos 80 sabe das comédias típicas da época. Uma delas, estrelada por Tom Hanks, mexeu com a minha imaginação de menino. Quero ser grande não é um filme fantástico, mas a essência da história e a atuação de Hanks (pra variar) tornam o filme muito interessante. Não vou contar o filme! Quem não teve o privilégio de viver os anos 80 e não ter visto “Quero ser grande” pode saborear a história de um menino que queria ser adulto. Quando falo sobre Quero ser grande, muitos apontam o menos velho “De repente 30”. Na minha opinião, o primeiro é muito melhor.

Mas como a crônica gosta de divagações, não? Citei o filme de Hanks porque quero falar do avesso, do contrário, de outro jeito. Quero ser pequeno de novo! Já pensaram em uma máquina em que pudéssemos voltar à infância? É a melhor fase de nossas vidas! Sem responsabilidades, sem impostos para pagar e não receber, sem a opressão e a injustiça da vida adulta moderna.. A fase em que acreditamos mais nos sonhos e acreditamos em heróis. Brincar uma tarde inteira e ter a impressão de que fizemos as coisas por muito mais tempo.

Estou falando de uma infância de rua, de bola, de risadas e histórias de terror contada junto aos amigos na calçada. Estou falando de uma infância em que criança era criança e não um adulto em miniatura comprando e comprando e jogando e vivendo um mundo virtual. Uma “criança” cheia de IPAD´S e MP sabe lá quantos números! Quero ser pequeno e pensar na imensidão do mar e nos mistérios escondidos nas montanhas. Quero ser pequeno para procurar tesouros e inventar histórias e rir sem ter motivo e fazer careta quando quiser. Eu poderia pegar a velha máquina de Zoltar e, ao contrário de Tom Hanks, voltar a ser criança para ver um mundo melhor...

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 04/01/2013
Reeditado em 04/01/2013
Código do texto: T4067578
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