As iniciais da Paz

A dádiva da vida, ao permitir a todo aquele que aceita o fim como destino de tudo, nos oferta uma tela novinha em folha para ser pintada com as cores do recomeço. Desejamos Paz aos nossos pares fraternos a cada novo ano. Mas como seria a cara da Paz? No caderno de nossas memórias podemos pensar a Paz escrita sempre em oposição à guerra? 

E qual seria a cor da Paz? Seria a junção de todas as cores representada pela simplicidade do branco, ou se tingiria a Paz com os sete espectros do arco-íris privilegiando as diferenças em prol da liberdade? 

Embora seja a Paz uma abstração muito querida, o que a torna real? Ao escrevermos as primeiras páginas do ano podemos pensar a Paz como o sentimento que nos une a todos em boas intenções. Mas também diz o antigo ditado, que de boas intenções o inferno está cheio!

Seria a Paz a transparência que permeia antes de tudo nossas atitudes individuais, de modo a nos unir e contagiar o meio em que vivemos? Não há resposta pronta! Talvez uma atitude sã seja mesmo a de quem se permite surpreender em trajes despojados das cores adquiridas no ano anterior para, outra vez, na cumplicidade de nossos corações retomarmos o que nos traz significado.