SORRIA, VOCÊ ESTÁ NO FACEBOOK!


          Não por falta do que fazer, ao contrário, em meio a muitas obrigações a ser cumpridas, surge uma súbita vontade de escrever; talvez para extravasar a ansiedade mesmo, ou simplesmente para esquecer, momentaneamente, dos afazeres profissionais que tanto consomem meu dia, bem como minhas integridades física e mental. Pois bem, junta-se o útil ao agradável e surge um texto esforçado que nada mais é que a expressão do meu estado de espírito atual.

          Penso em algo a escrever, mas de imediato constato que nenhuma ideia relevante vem à mente. Então, percebo o óbvio: não sou nenhum José Saramago e tenho que me conformar com o simples fato de existir; aliás, sou um pobre mortal que dorme para trabalhar, trabalha para dormir, e nas horas vagas vê o facebook. Isso mesmo, a vida é dura para quem não é filho de político, empresário ou usineiro. O ócio não me pertence!

          Voltando à inspiração de um advogado metido a escritor principiante, lembro-me que certa vez, Luís Fernando Veríssimo - meu cronista vivo preferido - disse que tudo pode ser motivo para uma crônica, e quando disse tudo, é tudo mesmo (da Teoria do Big Bang ao mascar de um big big). O importante é não perder o fio da meada - e através de um olhar crítico e observador da realidade - transcrever a imaginação para o papel. Logo, surge em meu rosto, involuntariamente, um sorriso de canto de boca. Pronto, eis o meu tema!

          O oráculo dos internautas (vulgo Google) revelou-me que num sorriso movimentamos entre 5 e 53 músculos, depende do estímulo que recebemos. Interessante é perceber que um sorriso forçado movimentará uma quantidade muito menor de músculos que uma boa gargalhada, só ou compartilhada. Nada é mais justo que isso.

          Médicos, líderes espirituais ou gurus, todos eles afirmam que o sorriso faz bem à saúde e à alma, e isso nem precisa de comprovação científica. Dizem que o corpo fala, e o sorriso é a melhor comunicação que existe; não existe cor, idade, classe social, orientação sexual ou idioma, sua compreensão é universal. Desconfio que até meu cachorro dê uma risadinha quando faço cócegas nele.

          Reitero que sorriso bom é o compartilhado, seja ele com sua amada, filhos, parentes ou amigos. O importante é gargalhar e estar aberto à felicidade nas mais diversas situações. A mesa de um bar, o cinema, uma casa de show, o trabalho; qualquer lugar é cenário para sorrir; afinal, a vida é muito curta para nos apegarmos às tristezas e esquecermos que o sorriso é um combustível para nossa alma, mente e espírito.

          E por que não rir de si mesmo? Recordo-me de um episódio que vivi com minha amada: início de namoro, praia do Francês, cadeira de praia no chão, minhas pernas para o alto e areia na cara... Bela primeira impressão de um desastrado; o importante é que o amor falou mais alto. Isso foi apenas um episódio do belo seriado americano cômico que eu poderia estrelar.

          Mas, como nem tudo são flores, na contramão, ri com o outro não é ri do outro; chega a ser revoltante a falta de bom senso que muitos possuem ao rir da miséria alheia. Nossos políticos são especialistas no que falo, não à toa promovem, a cada dois anos, um espetáculo onde eles são os espectadores, e os eleitores, palhaços, que ganham uma dentadura para formosear seu “cirque du soleil”.

          Uma nota não pode ser esquecida: desconsiderem aqueles que riem em enterros. Coitados! Seus sistemas nervosos os fazem acreditar que no lugar dos pêsames os parentes merecem parabéns, e isso é fato que já presenciei. Assim, sugiro que nos funerais fixem uma placa: “Proibido sorrir do defunto!”.

          Quanto ao Facebook, o que posso dizer... Tirando as estatísticas que menos de 10% dos meus amigos faceanos irão ler esta crônica (poucos irão rir com ela, e muitos dela), embora alguns curtam sem lê-la, é um bom lugar para sorrir. O humor inteligente, as notícias curiosas e bizarras, as frases de efeito (na maior parte sem efeito algum), as nossas fotos, de e com amigos, o simples sinal de alguém que não vemos há tempos, um comentário qualquer; tudo é risível e deve ser motivo de gargalhadas.

          Acredito que o sorriso é uma dádiva a ser vivenciada, compartilhada e incentivada. Então, amigos - nesse ponto apenas - sigam Raul Seixas e “não fiquem sentados no trono de um apartamento, com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar”. Sorriam!
 
Robson Alves Costa
(08/01/2013)

(Imagem: Internet)
 
Robson Alves Costa
Enviado por Robson Alves Costa em 09/01/2013
Reeditado em 12/05/2013
Código do texto: T4075879
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