O PASSE CERTO

Entrei no Facebook e me deparei com as várias atualizações sobre o Fluminense dos grupos de que faço parte. Vejo isso todos os dias, mas dessa vez bateu diferente.

O Futebol. O que é isso? De onde vem tanto amor? E por que não acaba? Tento analisar. Aquele momento de sair dos corredores do Maracanã, outrora fedidos, passar pelo acesso à arquibancada e... Abre-se aquele outro mundo gigantesco, oval e vivo. O peito se enche de ar até não poder mais, os cabelos arrepiam ligeiramente e sinto aquela descarga de adrenalina que vai da ponta dos pés até os músculos da face terminando num largo e incontrolável sorriso.

A gama de emoções que se sente em uma partida de futebol é imensa. A vaia de sempre quando os juízes entram. A empolgação e cantoria até os jogadores entrarem em campo. As bandeiras, o pó-de-arroz que embaça o ar e o mosaico que tira o fôlego da gente. E depois vem o jogo. O bater palma obrigatório no apito do juiz. A tensão de acompanhar uma jogada que pode virar gol. A decepção do passe errado. A vibração do cruzamento perfeito no pé do lateral. A raiva do cara que bate mal e erra o pênalti ou da menina que sobe na cadeira da frente e bloqueia a visão da jogada mais importante. A expectativa do gol iminente quando time está bem. E o gol... Ah, o gol é a explosão máxima do amor, o grito que deixa rouco, o abraço em conhecidos e desconhecidos e o coração que não cabe mais no peito.

Então, voltando às três questões do início. O que é isso? É o amor em que se pode confiar cegamente, que nunca vai deixar de estar lá, que tem sempre os braços abertos, que não julga ou ignora. Amor incondicional, recíproco e eterno. De onde vem? Vem da associação das lembranças, sentimentos, pessoas e momentos mais felizes de nossas vidas. E por que não acaba? Porque é uma maneira de perpetuar e reviver tais sentimentos repetida e infinitamente. Como tal coisa poderia acabar?

Esse ano o meu Flu ganhou todas, espetacular e incontestável. Campeão de tudo e vitorioso até na Seleção. E então é aí que vem o sentimento mais maduro, menos impulsivo e vindo diretamente da alma: ORGULHO.