Do mar há vida

"Deus ao mar o perigo e o abismo deu; Mas nele é que espelhou o céus."

Jovem - menina, admiradora das sensações. Observadora dos pequenos detalhes. Fruto não de seus pais, mas das aventuras e experiências passadas. A menininha que adora explorar, e que percebe tudo quando passa. Tão pouco é seu tamanho, tão grande é sua alma, criança.

Menininha, tu mais pareces o mar... Água cristalina, que às vezes reviravolta. Seu interior é a areia fininha e serena. Tu és rocha que o cerca. Tens cores singelas, com uma vegetação exuberante. As gaivotas que por horas sobrevoam, pecam coisas boas. Sua forma é sutilmente atrativa, menininha.

De pouco em pouco, menina-mar, tu cresces. Seu lado explorador das profundezas, de menina aventureira, vai cessando. Mas não permita isso. Não abandone sua semelhança com o mar.

Quantos anos passaram... Muitos e muitos. Será que ainda posso chamar-te de menina, ó grande-pequena-mulher? Não me surpreendestes... Esse caminho já era de se esperar!

"Ó mar salgado, quanto do teu sal; São lágrimas de Portugal..."

Desde as caravelas o mar é culpado. Como entender que tens que respeitar o mar? A menininha só soube que o mar tem oscilações quando perdeu-o de vista. Sem ser semelhança-mar, a menininha que era grande, ficou submissa a pequenez da mulher que se tornastes. Rochedos, ressacas, correntezas...

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