Imagem de Arnaldo Agria Huss
 

Parte do título deste texto tem a ver sim, com a canção de Roberto e Erasmo Carlos, lançada no LP de Roberto Carlos, de 1972. Como muitas outras canções da dupla famosa, esta também fez um grande sucesso, talvez até menos do que merecia, pois a letra continua sempre atual e mostra uma verdade incontestável.
 
Na época de seu lançamento, eu não era um grande admirador de Roberto Carlos, mas não me recusava a ouvir suas canções, sempre muito singelas e tocantes. Minha empatia era mais com a bossa nova, aquele negócio de sol, céu azul e mar, além do barquinho, é claro. Contava eu com 23 anos, portanto no auge da juventude, engajado com as causas políticas daquela época de severa ditadura militar e sem muito tempo para namorar ou prender-me ao lar.
 
Esta breve introdução foi apenas para dizer o seguinte:
 
Ouvi “À Janela” em duas épocas distintas.
 
Na primeira vez como filho ainda solteiro, que morava com os pais e almejava uma vida com mais liberdade e sem as cobranças comuns daquela época. 
 
Na segunda vez já como pai de dois filhos adultos. Foi impossível não se emocionar e deixar rolar algumas lágrimas que teimaram em cair.
 
A letra da música:
 
Da janela o horizonte / A liberdade de uma estrada eu posso ver / O meu pensamento voa livre em sonhos / Pra longe de onde estou
 
Eu às vezes penso até onde essa estrada / Pode levar alguém / Tanta gente já se arrependeu e eu / Eu vou pensar, eu vou pensar



Quantas vezes eu pensei sair de casa / Mas eu desisti / Pois eu sei lá fora eu não teria / O que eu tenho agora aqui

Meu
pai me dá conselhos / Minha mãe vive falando sem saber / Que eu tenho meus problemas / E que às vezes só eu posso resolver
 
Coisas da vida / Choque de opiniões / Coisas da vida / Coisas da vida

Novamente eu penso ir embora / Viver a vida que eu quiser / Caminhar no mundo enfrentando / Qualquer coisa que vier

Penso andar sem rumo / Pelas ruas, pela noite sem pensar / No que vou dizer
em casa / Nem satisfações a dar

Coisas da vida / Choque de opiniões / Coisas da vida / Coisas da vida

Penso duas vezes me convenço / Que aqui é o meu lugar / Lá fora às vezes chove / E é Quase certo que eu vou querer voltar

A noite é sempre fria / Quando não se tem um teto com amor / E esse amor eu tenho, mas me esqueço / Às vezes de lhe dar valor

Coisas da vida / Choque de opiniões / Coisas da vida / Coisas da vida

Tudo tem seu tempo / E uma vida inteira eu tenho pra viver / E nessa vida é necessário a gente / Procurar compreender

Coisas que aborrecem / Muitas vezes acontecem por amor / E esse amor eu tenho esquecido às vezes / De lhe dar valor

Coisas da vida / Choque de opiniões / Coisas da vida / Coisas da vida.

 
 
******