A quem interessar possa!

A quem interessar possa!

Não menoscabe a palavra com seu texto ignavo, deixe-a para quem a manuseie com blandície. O papel não aceita pilhérias de néscios e você pode com seu texto lânguido fazê-lo regurgitar com seu comportamento fúfio.

Para que insistir, se sabe que não vencerá a liça? Será apenas para se jactar, caso consiga rabiscar ignaros textos, ou é pelo simples fato de vociferar? Suas idéias não passam de sofismo e a palavra não aceita emulação.

Despeça-se da caneta e papel antes que os mesmos o demita e faça você ver o quão é parco, ante a imensidão da escrita. A verdade é lancinante, porém, tem que ser deblaterada. Para comungar da intimidade da palavra é preciso liberta-se de dogmas, é necessário compreender o inefável e viver em idílios.

Não quero que esmoreça, mas que entenda que o papel, mesmo aceitando tudo, não pode ser um depósito de remendos escatológicos apenas para se jactar ante alguns apedeutas e sequazes. Contente-se com o ínfimo que foi lhe oferecido e se farte com a nesga parva que permeia a sua reles vida. Respeite o papel, é o que peço! Não o violente, estuprando-o com permissivas e lascivas ideologias falaciosas.

A caneta é passiva, mas, ao sentir que está sendo usada de maneira vil, ignóbil, ela pode se voltar contra aquele que a utiliza. Peça perdão à palavra, mas não espere que ela seja complacente com sua ousadia, pelo contrário, ela pode lhe fustigar, até você entender que é um ser aviltante.

O papel precisa de ser adubado com esmero, para que a palavra brote inexpugnável e cresça abastada de coerência. Procure observar quem priva de sua intimidade e apenas aprecie a maestria de quem sabe discorrer no papel, sem sofreguidão, os desejos da palavra.

Procrastine essa vontade de ser escriba, e assim, pare de salpicar balburdia, deturpando a palavra apenas para tentar saciar sua sede apedeuta e espalhar bravatas. Evoé!!!

Mário Paternostro