Vista aérea da cidade - não se avista o final!


 
MINHA CIDADE QUE EU AMO!
 
 
 
Hoje, 25 de Janeiro, a cidade de São Paulo completa 459 anos... Muito jovem ainda, considerando a idade de outras metrópoles, especialmente as milenares européias.  São Paulo ainda engatinha, mas cresce, a cada dia, mais assustadoramente. Aqui tem verde, tem violência tem vida! Tem cultura, tem arte, tem alegrias e amarguras. Tem gente! Gente que vai, gente que vem. Gente que sofre que chora e que ri. Gente que trabalha. Gente desempregada. Gente que mora bem, gente que mora nas ruas. E como tem! Nesta cidade tem gente demais, carros demais, problemas demais. Tudo aqui é “ÃO”!
 
São Paulo é uma cidade de contrastes surpreendentes que, só quem vive aqui, entende. Às vezes, não! Desde as primeiras horas da tarde de ontem, o trânsito  já começou a enlouquecer.  Tomei um táxi na Praça Ramos de Azevedo, frente ao Teatro Municipal - um dos mais belos cartões postais da cidade - e, o trajeto, que leva não mais de quinze minutos, estendeu-se para quase uma hora. Absurdamente cansativo. As estradas que ligam a cidade a outros estados e ao litoral, encontram-se infestadas de carros, em um ziguezague sem trégua - porque o paulistano adora passar feriadão no trânsito.
 
Eu gosto dos feriados prolongados porque a cidade torna-se muito mais agradável, com ruas quase desertas onde a gente pode passear e apreciar coisas que normalmente não observamos em dias normais. Mas, como explicar a estranha atração que eu sinto pela cidade imensa, no trânsito infernal, em dias quentes em que não há um lugar para se esconder e a gente se derrete dentro do carro por duas, três horas, para conseguir chegar em casa? Não há explicação. É o charme de São Paulo. E é preciso amá-la para não deixá-la. É um mal sem cura. Uma paixão interminável!

Há quarenta e dois anos eu cheguei aqui, sem “lenço nem documento”, buscando os recursos - que em minha cidade natal não tinha - que me permitiriam um futuro melhor do que o que me acenava, se eu continuasse por lá, e o ar desta cidade penetrou em minhas entranhas. Tornei-me uma legítima paulistana, sotaque diferente, puxando pelos erres, em um tom meio cantado, típico de São Paulo.
 
Nesta cidade não é raro vivenciarmos as quatro estações do ano em um só dia. A gente sai pela manhã, toda encapotada, bota e guarda-chuva a tiracolo e volta à tarde, carregando os acessórios de inverno em uma sacola imensa, dificultando a passagem pelos corredores dos ônibus ou do metrô, um calor de mais de trinta graus. Como entender isso? A gente não sai de São Paulo e ela não sai da gente! É uma relação de amor bandido, de total dependência dessa cidade maluca!
 
São os contrastes desta grande metrópole que entra no sangue, envenena e não há antibiótico que dê jeito. É um veneno tão gostoso de provar que a gente vicia. Não dá mais pra viver longe daqui. A gente não mais se acostuma à vida pacata de uma pequena cidade do interior. Porque é aqui que está nossa alma. É aqui que a gente vive e quer morrer!
PARABÉNS, SÃO PAULO, PELOS 459 ANOS!


 

 
 
(Parque do Ibirapuera - onde o verde predomina)
 
 

(Vale do Anhangabaú - palco de grandes eventos)

 
Av. Paulista - bela, rica, majestosa!