A CRUELDADE DO TEMPO

Álvaro está sentado confortavelmente na sala de sua bela casa assistindo televisão, quando entra uma matéria sobre biologia marinha e lá a dar entrevista está uma bióloga que lhe parece familiar, porem as rugas faciais e o rosto mais envelhecido do que deveria estar, deixam Álvaro na dúvida se aquela mulher com quem o tempo foi cruel demais era ou não quem ele suspeitava ser. A dúvida é totalmente dissipada quando o nome da bióloga aparece na tela e, Álvaro pôde confirmar que se tratava de um grande amor seu não correspondido do passado, que o fez sofrer demais. O rosto belo da juventude daquela linda mulher havia se transformado em um rosto agora nada atraente, apesar de não ter completado ainda um cinquentenário. Apesar da excelente condição financeira que Laurinda desfrutava, as marcas do tempo no seu rosto deixava transparecer a imagem de uma pessoa totalmente triste e infeliz. - O que será que aconteceu? Perguntava Álvaro para si mesmo. Será que aquele cara por quem ela me trocou um dia sem me dar nenhuma chance a fez sofrer? Sem respostas, Álvaro cujo cinquentenário já completara, fica a meditar em como poderia ter sido lindo o amor vivido com Laurinda no passado. Porém agora casado há mais de trinta anos, pai de quatro filhos e companheiro de uma esposa linda e maravilhosa, aquilo já não tinha a menor importância. A única certeza de Álvaro com relação ao que havia acontecido naquela sala que o fez reportar-se ao passado distante, é que se Laurinda houvesse correspondido ao seu amor um dia e não o fizesse sofrer com tanta indiferença, ele dedicaria a ela todo o amor do mundo, fazendo-a completamente feliz, porque quando se ama de verdade, se aprende a amar a alma de alguém, onde o que menos importa são o que os olhos da face mostram, porque se aprende a enxergar quem se ama, com os olhos da alma e do coração, uma tarefa que jamais os olhos da face souberam, sabem ou saberão realizar.

Antonio Alves
Enviado por Antonio Alves em 01/02/2013
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