Os culpados pela tragédia?
 
Nos últimos dias a mídia tem sido importante na busca da elucidação da responsabilidade da maior tragédia da historia do Rio Grande do Sul, onde uma boate frequentada por jovens pegou fogo e 236 pessoas morreram até hoje. Ainda há muitas hospitalizadas, algumas em estado grave.

Muito se debate sob os responsáveis pela tragédia. De um lado esta o poder público, que teoricamente busca isenção pelo fato de que a casa noturna funcionava com algumas irregularidades estruturais e burocráticas, de outro lado, estão aqueles que são apontados como os responsáveis pelo acontecimento.

Eliminado o fato da tragédia, precisamos refletir sobre os motivos que levaram a tudo isso. Um conjunto de fatores foi responsável por tudo o que aconteceu e não um fato isolado como pode parecer.

A banda Gurizada Fandangueira que a principio seria a responsável pelo inicio do incêndio no uso de artefatos pirotécnicos, fazia shows nesta mesma casa pelo menos uma vez por mês e era conhecida exatamente pela característica de usos de efeitos em suas apresentações, o que nos remete a ideia de que o mesmo tipo de artefato já tinha sido usado outras vezes no mesmo palco, da mesma boate, o que nos leva ao fato de que os proprietários sabiam do risco e não extinguiram o fato.

Por outro lado também podemos concluir, se os dados, evidentemente, noticiados pela imprensa forem verídicos, que muitas pessoas já haviam assistido ao show e nunca atentaram-se para o que ocorreu, já que nenhuma denúncia foi feito a respeito deste fato.

A grande verdade é que precisamos cobrar judicialmente que seja feita a justiça com os responsáveis e ai pode se incluir os proprietários, os integrantes da banda responsáveis pelo uso dos sinalizadores e o poder publico que tinha a obrigação de fiscalizar e não o fez de maneira adequada, mas por outro lado precisamos reconhecer que todos somos um pouco responsável, senão pelo fato em si, mas pela omissão que muitas vezes praticamos involuntariamente.

Afinal de contas quantas vezes você já denunciou as autoridades coisas que julgava irregular e que podiam vir a colocar a vida de outras pessoas em risco? Quantas vezes você entrou numa boate e se perguntou se aquele lugar era seguro, legalizado e tinha condições de abrigar aquele evento?

A verdade é que infelizmente em nosso país vivemos uma cultura que não prioriza a prevenção. Muitos dos empresários vêem a prevenção como despesa e não como investimento e nós pessoas normais e usuários muitas vezes nem nos demos o trabalho de ver.

Precisamos mudar esse país, mas não o país em si, precisamos mudar nós, pessoas integrantes que formam este país e levar as coisas que merecem mais a sério. É duro pensar assim, mas é necessário.
Jonas Martins
Enviado por Jonas Martins em 01/02/2013
Reeditado em 16/02/2013
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