Santa Maria, me empresta o teu coração.

Ontem, mesmo sabendo da minha instabilidade emocional, por perdas não muito recentes, mas muito importantes, fiz questão de assistir a Missa de Sétimo Dia das Vítimas de Santa Maria. Prestei atenção na missa, nas orações e claro, rezei junto. Não Liguei muito para as imagens.

Começaram então as entrevistas, quando pude ver jovens falando de fé e esperança para prosseguir, mas com desespero e terror no olhar. Falta de fé? Não, eles contam com Deus para continuar. São “crianças”, pouco mais do que adolescentes. Se para nós é difícil perder familiares e amigos, imaginem para eles, perder tantos amidos juntos e desta forma tão cruel.

Fui dormir pensando nisso, não consegui. Rezei um terço, conversei com meu filho, mesmo assim na consegui pegar no sono. Neste momento, lembrei dos pais de Santa Maria, se as “crianças” estavam com aqueles olhos, qual seria o olhar das mães, pais, irmãos da cidade?

Voltei, beijei meu filho e agradeci a Deus por ele estar são e salvo ao meu lado. Lembrei então do texto de Carpinejar e deduzi: eu também morri em Santa Maria.

Morri no meu papel de mãe, por compaixão demais, morri porque quando fico preocupada me utilizo do celular – de que adianta este aparelho num peito sem vida? – Morri porque é impossível prendê-los dentro de casa, porque meu filho frequentava uma casa noturna fechada por falta de segurança.

Num súbito me lembrei dele pequeno cantando com vontade, fé e orgulho:

"Mãe de Jesus Maria / Me empresta, por favor/ O teu coração! / O meu é pequeno demais / Para levar todo este amor / Que eu tenho para dar Ao teu Jesus."

Adormeci cantando-a mentalmente e é esse o consolo que desejo aos familiares das vitimas:

-Confiem no Coração Imaculado de Maria, e ele juntamente com o Coração de Jesus os ajudará a continuar vivendo.

Maugarina
Enviado por Maugarina em 03/02/2013
Reeditado em 03/02/2013
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