Impróprio

Impróprio

“... Javé o abençoe e guarde...”

Nm 6, 24

“Pai nosso que estás no céu...”

Mt 6, 9-13

...Numa manifestação pública, uma passeata ou comício... Uma multidão aos gritos, com palavras de ordem, cartazes, cantorias, discursos inflamados, reivindicam, cobram providências, exige direitos, protestam, se injuriam... Fora! ...Nas vias e praças públicas, nos viadutos, nas pontes, nos “mata-burros”... Turbam!

Enfim, em lugares públicos, procuram com esses eventos chamar a atenção, denunciar, marcar posições. Isso incomoda muita gente!

O trânsito fica tumultuado, o ir e vir dos cidadãos que nada têm com os problemas dos “outros”.Constrangimentos no comércio, na indústria nos serviços... Um caos!

A repressão é acionada; exige-se a dispersão: cassetetes nas mãos. Impedidos de continuar com as manifestações, a multidão reprimida, agredida, impotente! Os manifestantes aos céus apelam... Dão-se as mãos e:

“Pai nosso que estás no céu...”

... Num evento esportivo, numa arena de futebol. Um jogo fenomenal... Atletas a se esforçarem... Um gol de placa, um drible desconcertante. Aplausos ao delírio. O público esbalda-se. No final os “heróis” aos céus agradecem e formam uma grande roda no centro do campo... Dão-se as mãos e:

“Pai nosso que estás no céu...”

... Num evento de lazer em um sítio com uma linda cachoeira, uma queda d’água – belíssimo espetáculo da natureza!... Os banhistas se divertem seminus, molhados, recebem nos costados, o gostoso impacto da quedas das águas, rindo e integrados ao inocente prazer de um banho em águas cristalinas, com os olhos avermelhados, olham para o céu agradecidos, reúnem-se num pequeno remanso, perto da margem do ribeirinho... Dão-se as mãos e:

“Pai nosso que estás no céu...”

... Numa praia, na orla do mar, seguidores de afros-religiões, nas suas danças ritualísticas de louvor e alegrias, aos sons dos atabaques encobertos pela fumaça dos defumadores de agradáveis odores... De repente Interrompem a cerimônia ainda em êxtases... Dão- se as mãos e:

“Pai nosso que estás no céu...”

... Num campo de batalha a pelejarem, inimigos são abatidos, insanidades compartilhadas, bestialidades à pele afloram, vivo sangue jorra molhando o campo e mesmo fora de si, num momento de tênue trégua... Dão- se as mãos e:

“Pai nosso que estás no céu...”

... Num funeral, onde a vida se fora, a se lamentarem – parentes e amigos -, com sentimento de profundas e espirituais dores, a relembrarem a baixa voz os bons atos do ente ali inerte e exposto, em lágrimas e como despedida... Dão-se as mãos e:

“Pai nosso que estás no céu...”

... Numa reunião política, da Câmara Federal, do Senado ou do Congresso Nacional... Políticos, politiqueiros ou os que praticam a politicagem – todos almejam o Poder! -, engravatados, vestidos a rigor, maquiados, perfumados, bem nutridos... Mascarados? Mesmos adversários, a sorrirem – entre si e para si -, sem constrangimentos se cumprimentam se tocam com tapinhas nas costas e indolentemente... Dão-se as mãos e:

... Cantam o Hino Nacional!!! “

Opa! Bem... Nem todos... Não o sabem? Não o conhecem?

... Na cerimônia de instalação da 54ª Legislatura... O Presidente do STF, não .

Onde a impropriedade?

Na oração?...

No Hino Nacional?...

BNandú 07/02/2013.

BNandú
Enviado por BNandú em 07/02/2013
Reeditado em 07/02/2013
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