SEMANA PEDAGÓGICA

Você já viu coisa mais idiota que semana pedagógica? Um bando de bobos chamados de imbecis, pois é, discute-se um tanto, lê-se outro tanto e ainda se acredita que as reflexões serão proveitosas, os grupos de estudos surtirão efeitos e que na plenária será uma maravilha. Mil ideias... vários planos, experiências pedagógicas para ninguém botar defeito, oficinas então, quanta novidade: o oficineiro rígido, letrado, sabe do que está falando, disciplina, organização,,,, façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço na sala de aula, inclusive de aplicar três vezes a mesma prova, repetir duas, três vezes a mesma aula, mas esse oficineiro cumpriu seu papel, também porque não há como ter uma semana pedagógica para uma escola real, professores reais, funcionários reais, se tudo é de faz de conta, o que interessa são os 200 dias letivos, o livro de chamada bem preenchido, os alunos quietinhos na sala copiando uma, duas vez aquele quadro cheinho de conteúdos, os índices do IDEB da escola na média esperada, isso é que interessa.

Aprender mesmo, formar um cidadão para agir no seu meio, ser sujeito emancipado por quê? Não interessa porque se o aluno souber demais pode atrapalhar aqueles que encaixotam seus conteúdos de dez, quinze anos, aqueles do livro didático maravilhoso, tudo respondidinho, sem trabalho algum para ser preparado, pesquisado. E o governo berra aos quatro cantos que inovou em 2013 para a semana pedagógica.

O triste é ouvir e assistir sempre o mesmo filme, aquele que: esse ano vai ser diferente, os índices vão aumentar, a gestão é democrática, todos podem participar e dar opinião, inclusive participar de projetos inovadores, mudanças de paradigmas, novos olhares para com a comunidade escolar.

Realmente, tudo novo, nas velhas cabeças, nos velhos recursos didáticos, nos velhos métodos!

Eu até pensei certa vez que a educação brasileira tinha jeito, seria possível repensar a escola porque os alunos são esses, a sociedade é essa que está posta aí. E agora José, a festa acabou a luz apagou e o povo sumiu. O povo que sempre estava cheio de perspectivas para um novo ano, o povo que se entusiasma para recomeçar, o povo que tem esperanças. Que nada! Fecham-se as cortinas as luzes se apagam, o saldo positivo? Sim, feitos os planejamentos! Quanto progresso! Viva o Brasil e todos os cidadãos que nunca erram!