Voce, eternamente voce...

Você, eternamente você...

A vida passa lenta, gradual, as vezes são velozes como se fossem carros de formula um, e noutras vagarosos como uma charrete de tração animal. Uma hora é primavera, verão e o vento sopra suave, alvoroça folhagem verde e carrega as folhas secas, aquelas que cumpriram a derradeira missão. Uma simbologia, um comparativo mordaz, hilário, próprio de derrotados ou daqueles que nunca chegaram ao pódio.

Eu me apaixonei tantas vezes e todas elas desvaneci dos meus sonhos, não sei, não sei se me esquiveis da felicidade por medo ou porque não sabia ser amor...

Em muitas manhãs solitárias eu caminhei descalço sobre as areias finas daquela praia, ouvia o vento sobre a copa dos coqueiros, o marulhar das águas do mar que avançavam em marés de enchente, e o esgar de muitos pássaros marinhos que pescavam a primeira refeição. Eu podia contemplar toda aquela imensidão e a grandeza de um mundo que faço parte. Mas, o dia passou e a chuva começou a cair depois das sete. Suavemente a principio, batendo de leve nas arvores e tão fina que eu não podia vê-la. Depois mais forte e mais depressa caindo em torrente do véu negro. Abri as janelas e respirei profundamente o ar puro. Caíram respingos nas minhas mãos e no meu rosto. Além dos ladrilhos do jardim não se distinguia coisa alguma, pois a chuva vinha cerrada e com muita força. Ouvia pingando das calhas, batendo nas Lages do terraço. Cessaram os trovões. A chuva tinha um cheiro de terra, de musgo, de casca de arvore. Na tela do computador eu nem vi quando me chamastes, mas mesmo com toda a distancia e o temporal, pude te sentir, e saber que de mim se aproximava o amor...