Surto de roteirista

De que estamos falando aqui? Vida? Ou o que é isso?

Você nasce de uma relação sexual sustentada por algum sentimento, interesse ou acaso, tem pais que moram juntos, ou são separados, ou não existem mais, come algumas coisas, freqüenta alguns lugares, estuda, trabalha, ou trabalha, estuda, fica acordado algum tempo, dorme algumas horas, ri, chora, divide alguma coisa ou sentimento com alguém, segue o conselho de algumas outras pessoas, cria seus próprios critérios, muda tudo, não muda nada, engorda, emagrece, compra uma coisa nova, vende uma coisa velha, se decepciona com alguém, decepciona alguém, tenta fazer tudo certo, faz tudo errado, ganha algum dinheiro desses que circulam por aí, devolve esse dinheiro para o mundo em troca de lazer, cultura, comida, tralha e então morre.

É isso ou não é? Claro que é. Só que cada experiência, cada momento, cada dia, são detalhes únicos na sua vida. Detalhes que só cabem a você decidir se vão para o caderninho azul ou para o caderninho vermelho. Coisas que só fazem sentido para você. Então para que tentar se adequar a algum padrão? São pessoas como você, com todos os detalhes que lhes são pertinentes que vão julgar suas decisões. E se você fosse opinar na vida alheia, faria corretamente? Nunca! Porque cada um teve uma trajetória até aqui, todas as ações e pensamentos foram baseados em acontecimentos únicos e irreproduzíveis, porque ocorreram aleatoriamente. O que deu certo para um, não necessariamente dará certo para o outro. Mas o que deu errado para um, tem mais chance de dar errado para o outro. O errado é o lugar comum, o que nos une e o que nos diferencia. A busca pelo que vai dar certo para você, talvez só para você, é o que ainda valha à pena.

_ Ainda existe a opção de fazer valer a pena para o outro.

_ É o que se tem de melhor em assumir o papel de produtor executivo na vida de alguém. Divide-se a responsabilidade, o cachê, os aplausos e as criticas desse espetáculo que é a vida.