Evidências

Refletindo sobre esta história, da qual tirei algumas conclusões antagônicas, e, por vezes, irônicas sobre o que muitos chamam de “Destino”.
Um casal chamado Miguel e Ester, um dia, por acaso, encontraram-se e ambos foram alvejados por um sentimento de paixão violenta à primeira vista. Foi como um raio certeiro. Ele, um jovem realista e, por vezes, sonhador. Ela, menina cheia de fantasias e esperanças. Ambos encontravam-se e projetavam seus futuros, como gostariam que fosse: saúde, dinheiro, amor eterno e realizações mil...
Depois de alguns encontros, decidiram se casar. Por pouco tempo, foram esses encontros e, raramente, dialogavam sobre seus projetos de vida. Até que enfim, casaram-se na Igreja e no civil, de véu e grinalda e o varão de terno marinho e cravo na lapela. No entanto, pouco sabiam um do outro e foi mais um apronte do destino. Logo, surgiram os primeiros impactos. Miguel, que costumava chamar Ester de “Meu bem”, passou a chamá-la de “mulher” e vice-versa. De ambos os lados, os adjetivos eram recíprocos; de “vamos” para “tens que ir”, de “você poderia...” para “estou te mandando...” E assim por diante. Os termos iam sendo trocados do melhor para o pior. Era uma inversão negativa de amada (o) para subordinada (o). Estava ali um quadro que bem poderia ser intitulado: “O vilão e a vítima. Então, do paraíso que fora projetado no subconsciente, passou para a dura realidade, pois a paixão se apagou. A cegueira foi retirada e, na inversão de valores, naufragou o paraíso tão sonhado e emergiu um prejuízo inesperado. Começa, então, o tédio na vida de Miguel e Éster. A insegurança, a desconfiança e o medo os aterrorizam, mas ficou uma lição de vida: “A paixão é, indubitavelmente, um sentimento fogueira que seduz e é tão forte como fugaz. Passa bem depressa, de chamas alvissareiras para as brasas incandescentes das quais logo vão restar somente cinzas.”
Das cinzas o que se pode fazer? Será que isso foi marcado pelo destino ou, foi mesmo, uma inconsequência da imaturidade que levou Ester e Miguel a não cultivar a grandeza e a beleza de um bom relacionamento na vida a dois?
Juraci da S Martins
Enviado por Juraci da S Martins em 23/02/2013
Reeditado em 17/04/2013
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