OS MISERÁVEIS, O FILME!
 
 
Tenho o hábito de assistir os filmes e atribuir notas. Minha filha número 4, toda vez que assiste comigo quando termina a sessão pergunta logo: diga a nota? Quando dou cochiladas durante a projeção ela já faz uma cara de triste e afirma: já sei o senhor não gostou! Ela bem me conhece, esse é o termômetro para saber se eu aprovei ou reprovei com a minha crítica silenciosa, não costumo sair por aí falando mal do trabalho dos outros. Prefiro incentivar que fazer a crítica pela crítica.
Há filmes que não durmo, não cochilo, mas não quer dizer que atribuirei nota nove ou oito, as maiores que já havia atribuído até hoje, desde quando comecei nessa nossa brincadeira.
Houve um filme, o atividade paranormal que acontece totalmente dentro de uma casa que não dormi, é assustador, o diretor conseguiu prender a atenção de todos e diga-se de passagem que fez o filme somente dentro de uma casa, portanto, bem menos complicado para filmar etc.
Mas hoje, sábado, não costumo ter compromisso com nada, gosto de passear de motocicleta e andar sem rumo, sem compromisso algum, o que fiz pela manhã retornando pra casa por volta das 15h30. Ao encontrar com a minha filha número 1, e dizer que estava pensando em assistir um filme ela me veio com a sugestão: pai, assista Os Miseráveis, o senhor vai gostar. Lembrei que no passado já havia assistido uma produção com esse nome, mas no meu computador de bordo, minha cabeça, não conseguia lembrar do filme. É, pode criticar, estou ficando velho e sem memórias. Aceitei a sugestão, então fui ao shopping. Havia poucas pessoas, mas quando liberada a entrada apareceu gente de tudo quanto foi lugar, a sessão lotou. Não sei se pela promoção ou o interesse de fato pela cultura.
Havia tempo que não via um filme tão ótimo, do início ao fim. Uma produção sem comentários, os atores, a fotografia, os mais simples detalhes como a sujeira no corpo dos atores. Foi a senhora produção, digna de todos quantos elogios forem dados. Maravilhoso. Até a plateia colaborou, um silêncio, uma atenção incrível, até as tradicionais intervenções durante a sessão foram coerentes com o filme.
Muita emoção, o amor e justiça caminhando juntos do início ao fim. Victor-Marie Hugo, que completaria 211 anos, na terça feira, 26/02, se não tivesse falecido em 1.885, aos 83 anos. Deve ter “virado no túmulo” de tanta felicidade com a segunda produção cinematográfica de seu livro.
O diretor Tom Hooper, acertou em cheio no seu magnífico trabalho, juntamente com todos que trabalharam para nos fazer sonhar e viver um momento inesquecível.
O que é verdadeiro deve ser dito, a justiça deverá sempre ser feita, precisamos dar a César o que é de César. Eu poderia até dizer que não gosto muito de musical etc. mas neste caso específico dou a mão a palmatória, o filme é digno de um dez com louvor. Sei que gosto não se discute, mas sempre digo que o bom senso deve prevalecer. Ótimo filme, se puder assista, de preferência acompanhado, pena que eu estava só.