A pedra e a flor

Como num dia qualquer uma garota fazia sua caminhada de rotina, diferindo apenas o seu percurso natural, por que naquele dia resolvera seguir por um caminho mais longo.

Antes de qualquer coisa, é importante ressaltar que esta garota, era do tipo que acreditava que tudo na vida tinha um pra quê e um porque, ou seja, tudo tinha um motivo para que viesse acontecer.

Voltando a caminhada...

Nem tão alegre, nem ao menos triste ela seguia na sua caminhada, como sempre atenta, pois observadora não se deixava passar por despercebida a quase nada. Quando de repente tropeça em algo. Uma pequena pedra. Ela se machuca um pouco, e fica intrigada com o tropeço, por não ser de costume que isso aconteça, mais com isso ela pôde perceber algo de diferente naquele caminho em que percorria que diferente do costumeiro florido e agradável, era seco, cheio de pedregulhos e de vegetação escassa, nada atrativo.

Ela resolveu ficar com aquela pedra, não me pergunte o porquê, ela apenas pegou a pedra e levou consigo pelo caminho. Mais no seu intimo se perguntava, “porque será que tropecei?, porque logo numa pedra?” pensamento entranho não? Mais lembremos que esta garota acreditava que tudo tinha um motivo pra que viesse acontecer.

Ela decidiu ficar com esta tal pedra até que entendesse o real motivo do que aconteceu, e sua teimosia e curiosidade lhe custaram dias e dias caminhado com a pedra, por aquele mesmo caminho pedregoso e sem alguma beleza.

Dias passando, e a garota buscava compreender e nada lhe vinha em mente...

Buscava explicações, mais não encontrava.

Estava inconformada, pois no que mais seu coração acreditava – Que tudo tinha um propósito debaixo do céu, como diz no trecho bíblico em Eclesiastes 3-1, não estava se cumprindo em seu entendimento. Numa dessas caminhadas com a pedra, quase desistindo da busca pela compreensão de toda aquela situação já passada, naquele caminho ainda seco, cheio de pedregulhos, de longe a garota avista uma flor, pequena, porém bonita, intrigante, pois nascera naquele lugar sem alguma perspectiva de vida. Logo lhe veio à mente o dia em que tropeçou, percebeu que tinha sido naquele exato lugar, e que incrivelmente de onde ela removera a pedra havia surgido àquela linda flor.

O que aquela cena teria de bom para ensinar aquela garota? Qual o tão procurado motivo pelo qual ela havia tropeçado?

Pois bem, a garota pode compreender que através dos tropeços da vida nos machucamos sim, mais a cura e a recompensa são inimagináveis.

Compreendeu que por algum motivo somos levados para lugares desagradáveis, mais que com pouco somos capazes de transformá-lo, pelo simples fato de estarmos presente, pois nossa essência é contagiante.

Compreendeu que devemos aprender a conviver com tudo aquilo que tente nos impedir de avançar, pois certamente o mesmo nos impulsionará para a além do que pensamos. E que sejamos compreensíveis com a vida, aceitando as adversidades de forma a crer que estas sejam vitorias embrulhadas.

A garota pôde compreender que não se deve apenas pular um obstáculo, mais que este deve ser removido, pois é possível que se passe por aquele caminho novamente.

Que por detrás de um obstáculo pode haver novas esperanças, novos rumos e horizontes, antes escondidos e impedidos de serem vistos e alcançados, por isso a importância de nunca desistir, pois o impossível é só uma questão de ponto de vista.

Uma enxurrada de porquês inundaram a mente daquela menina, mais seus olhos não saiam daquela singela flor. Ali, prostrada naquele chão pedregoso chorava de emoção e encanto, descobriu que nada é impossível ao que crer que tudo tem um significado na vida, que o belo pode florescer em meio ao feio, que tudo é só uma questão de tempo e paciência.

Mais de tudo que aprendera naqueles dias algo á marcou. Seu encanto por aquela flor foi pouco para o que sentiu semanas depois naquele mesmo lugar.

O caminho antes seco, pedregoso e de vegetação escassa, agora tinha um tapete perfumado de lindas flores, pois aquela que era antes uma única flor, com a ajuda do vento havia espalhando suas sementes pelo chão, o que pôde proliferar sua espécie rara pelo caminho, o que só não acontecera antes, por que estava impedida por aquela pedra.

A grande lição aprendida é que pra que algo de bom aconteça, é necessário que nós mesmos retiremos os empecilhos, que por hora suportemos conviver com eles, e só assim abriremos caminho para que, o que há de bom, projetado porém escondido ou guardado pra nós, floresça.

Aprendamos que basta uma flor para proliferar um jardim.