TENSÃO PRÉ MENSTRUAL
O dia estava diferente no consultório da doutora Ana Duda.
Revistas folheadas. Pés anciosos.
-Moça a doutora não atenderá hoje? Pergunta uma das pacientes.
-Ela não atende o celular, também não atende em casa, mas já deve estar chegando. Peço só mais um pouco de paciência. disse Silvia, a recepcionista.
Calor. Estresse. Cochilos. 1 Hora de atraso.
´´Nossa, mas a doutora nunca se atrasou assim, deve re acontecido alguma coisa. Fiz minha chapa com ela, um amor de doutora. E, eu? Obturei meus 5 dentes com ela, e nunca senti dor, sempre levo os cartõezinhos do consultórios para meus vizinhos´´.
O relógio marcara 9:30, o ventilador solitário, já não aguentava mais circular a sala cheia de gente, estava cansado também.
´´Olha, eu não saio daqui. Eu também não. Uma doutora como ela, deve ter acontecido algo, faço questão de esperá-la´´.
Silvia, estava abanando-se com uma revista velha, estava mais impaciente que qualquer um ali daquela sala. Quando o relógio marcou 11 da manhã, levantou-se e disse:
-Pessoal, formem uma pequena fila para que eu possa remarcar suas consultas, infelizmente a doutora acho mesmo que não virá.
Cochichos. Previsões. Indignação. Aos poucos, o consultório foi esvaziando-se até sobrar apenas Silvia.
Ao ir trancar a sala da doutora, Silvia, a acha escondida atrás do armário chorando.
-Doutora? O que está fazendo? Por que está chorando? Perguntou.
-Ai sabe Silvia, estou muito estressada, estou triste, ansiosa, brava, hoje não quero ver ninguém. Tpm, nunca a tive. Não sei o que está acontecendo comigo, só sei que hoje não quero ver ninguém por favor, pode tirar o resto do dia de folga, eu também vou indo pra casa, vamos que lhe dou uma carona. Disse a doutora.
Para ser dentista, é preciso ter a paciência de um monge e a destreza de um cirurgião. A doutora Ana Duda sabe bem disso, mas contra o universo feminino ninguém vai contra, nem mesmo as regras.